Em dias de temperaturas mais amenas, assim como as pessoas tendem a ficar mais resfriadas e contrair vírus e bactérias em períodos mais frios, os pets também ficam mais vulneráveis e correm o risco de contaminação.
Embora seja pouco conhecida e falada, os cães vêm sofrendo com a tosse dos canis, também denominada Traqueobronquite Infecciosa Canina ou, ainda, gripe dos cães. A doença é causada, principalmente, pela bactéria Bordetella bronchiseptica e pelo vírus da Parainfluenza Canina, porém, pode ter sinais agravados por infecção de outras bactérias ou vírus que também acometem o aparelho respiratório do animal.
Diante desse cenário, a doutora e professora de Medicina Veterinária, da Universidade de Franca (UNIFRAN), Valeska Rodrigues, alerta que, recentemente, a enfermidade foi reconhecida como zoonose, ou seja, pode ser transmitida dos animais para humanos. “Os sinais respiratórios podem ser apresentados, principalmente, por pessoas imunossuprimidas. Outras espécies também podem apresentar a infecção, como carnívoros silvestres e alguns felinos domésticos com a imunidade deficiente”, destaca.
Segundo a veterinária, a ocorrência da tosse dos canis costuma ser sazonal, principalmente nos meses de outono e inverno, que são mais frios e secos, e favorece a instalação de agentes infecciosos no trato respiratório. Além disso, a enfermidade geralmente ocorre nos cães que convivem em mesmo ambiente, o que comprova a fácil transmissão dos agentes bacterianos ou virais envolvidos.
“Os principais sinais clínicos são a tosse seca, de início súbito que, na maioria dos casos some em poucos dias, mesmo sem tratamento. O grande problema está em quadros complicados por infecções secundárias que podem levar a pneumonia ou broncopneumonia, e que podem ser identificados a partir de secreções ocular, nasal ou tosse produtiva”, explica a professora Valeska.
Ainda de acordo com a veterinária, é importante a avaliação clínica para identificar o nível da doença e o melhor tratamento. “Normalmente, são indicados antitussígenos e broncodilatadores para diminuir os desconfortos dos sintomas da tosse dos canis até curar. Em casos mais graves, o veterinário poderá indicar o uso de antibióticos tópicos e mais raramente sistêmicos. Podendo ser necessário também a cultura das secreções para identificação do agente infeccioso principal ou secundário, para uma terapêutica mais específica”, discorre.
A especialista alerta, ainda, para atenção dos tutores aos sinais clínicos e, caso apresente sinais respiratórios como tosse seca, de início súbito, informar ao médico sobre a ocorrência nos animais que convive. Higienizar os objetos e manter o ambiente ventilado pode minimizar a transmissão, bem como isolar o animal.
Visando a prevenção, há uma vacina para Tosse dos Canis que minimiza os sinais respiratórios e diminui a transmissão para outros cães. “O veterinário poderá indicar qual o melhor tipo de vacina, podendo ser aplicada por via intranasal ou injetável via subcutânea, sendo duas doses e reforço anual. Em locais com aglomeração de cães ou animais que precisam ficar em hotéis, day care e eventos de exposição, indica-se a aplicação semestral. Os anticorpos das mães passam para os filhotes pelo colostro, o que ajuda a prevenir a Tosse dos canis em filhotes lactentes”, informa a veterinária.
Para evitar a propagação, a professora finaliza ressaltando que é fundamental a consulta periódica do animal com o médico veterinário para a orientação do paciente. “A escolha da vacina e as dicas sobre o ambiente, além da avaliação do estado geral do cão nos trará uma melhor segurança para a prevenção da Tosse dos canis, bem como orientar o melhor tratamento na época mais fria do ano”, conclui.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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