Mais de 300 animais aguardam no Centro Municipal de Adoção, da Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal Doméstico (Cosap), a chance de encontrarem uma família. Para 68 deles, o sonho vai se tornando impossível por serem considerados idosos e portadores de doenças crônicas. Para incentivar a adoção desses cães, a Cosap fornece o cartão “Cuida Bem – Idoso”, que garante atendimento prioritário e vitalício do animal em quaisquer hospitais veterinários públicos da capital.
Um dos cachorros idosos que está no Centro de Adoção é o Costelinha, que chegou ao canil em novembro de 2008, quando o espaço ainda se chamava CCZ. O “defeito” do Costelinha? Não ter raça definida e ser grande demais (ele pesa 35 kg). O tempo foi passando e a sua adoção foi se tornando ainda mais difícil. Agora, seu perfil conta com mais uma categoria: ser um cão idoso. Além disso, recentemente, descobriu um câncer, já em estado avançado.
“O Costelinha esperou em vão um pouco de amor, uma festinha em família, um abraço apertado, o vento do rosto pela janela do carro. Questiono muito o porquê de ninguém ter olhado para ele. Só sei dizer que o Costelinha aceitou sua sina, como todo cão resiliente. Há tempos, desistiu de acreditar e quietinho espera a sua hora de partir, para assim, talvez, seguir para um lugar onde se sinta amado, onde tenha amigos e possa, finalmente, se sentir em casa”, conta a coordenadora da Cosap, Analy Xavier.
Boa parte dos animais que esperam por uma família nas dependências da Cosap é composta, hoje, por animais adultos, idosos, portadores de doenças crônicas. São animais com uma bagagem triste de abandono e maus-tratos. Muitos chegaram ainda filhotes, mas, por não atenderem ao perfil procurado pela maioria das famílias, aguardam há mais de dez anos pelo grande dia.
Assim como o Costelinha, alguns cães estão há muitos anos no Canil Municipal. Juju, Leonard, Cicarelli, Chocolate, Leka, Pedrinho, Jack Pirata, Coff, Dudu, Sugar, Apache, Charles Henrique, Dino, Spike e Balrog são alguns deles.
Entre as vantagens de adotar um animal adulto, estão: já cresceu e já se sabe o tamanho que ele vai ficar, já se conhece o temperamento, menos bagunça/destruição de objetos, são mais resistentes às doenças.
Adoção responsável
A convivência com um animal de estimação é capaz de trazer inúmeros benefícios para a saúde. Também é importante ter em mente que adotar um pet requer planejamento para longo prazo, já que cães e gatos, por exemplo, podem viver bastante tempo.
Mais que a intenção de adotar, é necessário que o possível tutor se comprometa com algumas responsabilidades fundamentais para garantir a qualidade de vida e o bem-estar do animal. Analy orienta sobre a guarda responsável e sobre o conjunto de regras básicas que devem ser seguidas pela família que decide adotar. Isso inclui alimentação adequada, água, higiene, vacinação, evitar fugas, cuidados médico-veterinários, atenção e muito carinho. “O animal precisa sair daqui para ter uma vida melhor e, muitas vezes, as pessoas nem sabem da importância dessas coisas, então nosso papel é orientar”, explica a coordenadora.
Os interessados em adotar um animal de estimação podem buscar o serviço “Adotar cães e gatos”, no menu do Portal 156, que dá acesso a uma galeria de fotos dos pets que estão esperando por um lar.
Os animais disponíveis para adoção estão devidamente vacinados, vermifugados, castrados, identificados por microchip e possuem Registro Geral do Animal (RGA), conforme Lei Municipal nº 13.131/01.
No site, o futuro tutor precisa preencher as informações no formulário, como as de perfil e sobre a casa onde mora. “Isso é importante porque, para adotar um gato, por exemplo, a propriedade precisa ter tela. Não podemos liberar um animal para ir para um local que possa correr algum risco”, pondera Analy.
Uma vez que essa etapa avança, se não houver nenhuma incompatibilidade, é feito o agendamento da visita para que o futuro tutor possa conhecer o animal e levá-lo para casa. Nesta visita, o cidadão deverá levar uma coleira se for adotar um cão ou uma caixa de transporte, caso vá adotar um gato.
“Em alguns casos, a equipe de veterinários faz uma visita prévia no imóvel, caso seja um animal que tem um perfil um pouco mais forte ou que precisa ser ‘filho único’. Então precisamos fazer essa vistoria para ver se isso é possível”, ressalta a coordenadora da Cosap.
Além disso, o tutor também precisa apresentar RG, CPF, comprovante de residência recente (dos últimos três meses) e pagar uma taxa pública de R$ 29,30.
Fonte: Prefeitura de São Paulo, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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