A incontinência urinária é um dos desafios impostos ao médico-veterinário. Além de trazer desconforto para o pet, ela também representa pedra no sapato do tutor. Mas por que ela acontece? É uma doença ou sinal de que algo está errado?
O médico-veterinário, presidente do Colégio Brasileiro de Nefrologia e Urologia Veterinária (CBNUV), que realiza atendimento especializado em Nefrologia e Urologia na UnicPet, Luciano Henrique Giovaninni, explica que a incontinência urinária é o escape da urina, ou seja, a micção involuntária. “É uma manifestação física, que pode ser causada por diferentes doenças. É necessário que o profissional tenha cuidado para não confundir a incontinência urinária, que é o escape de urina, com a doença propriamente dita”, afirma.
O vice-presidente do CBNUV e sócio-proprietário do UnicPet, médico-veterinário, Fernando Felippe de Carvalho conta que, nos animais, a micção normal é dividida em fases. “A de armazenamento de urina, onde o tônus uretral aumentado impede a saída de urina, ao mesmo tempo que a bexiga é preenchida lentamente por meio do relaxamento da musculatura vesical. Em seguida, a fase de esvaziamento, que consiste na contração da parede vesical junto com o relaxamento do esfíncter uretral. Esse controle no armazenamento urinário é coordenado por uma interação complexa entre sistema nervoso, bexiga e uretra. Distúrbios que ocorram nessas fases podem ser caracterizados como incontinência urinária”.
Carvalho explica que a incontinência urinária pode aparecer em animais jovens, é comum nas fêmeas caninas e, de forma mais rara, pode ocorrer em cães machos e felinos. “Nos animais com menos de um ano de idade, por exemplo, os sintomas de incontinência urinária podem estar associados com ureter ectópico. Em fêmeas castradas precocemente, os sintomas de incontinência podem ocorrer, em média, três anos após a castração, devido à incompetência do esfíncter uretral”, afirma.
O vice-presidente do CBNUV, Fernando Felippe de Carvalho, fala sobre o diagnóstico. Segundo ele, algumas doenças e infecções urinárias podem fazer com que o animal de estimação aumente a frequência de micção, e isso seja confundido com episódios de incontinência urinária. “Nos casos não neurogênicos, os exames de imagem como ultrassonografia, radiografia e eventualmente tomografia podem ajudar a identificar o local da alteração, como, por exemplo, ureter ectópico, neoplasias e inflamação vesical. A avaliação diagnóstica pode ser completada com exame de urina e urocultura”, afirma.
Um ponto importante que não deve ser esquecido para chegar ao correto diagnóstico, segundo Giovaninni, é a anamnese. “É preciso perguntar exatamente o que o tutor está chamando de incontinência, uma vez que chega com o relato: “ah, doutor, ele está com incontinência urinária”. Precisamos entender o que está querendo nos dizer. Porque, muitas vezes, ele acredita ser incontinência, mas, na verdade, é uma urgência de micção, e essa última está mais associada à inflamação de bexiga, infecção urinária e urolitíase. Por isso, ao dizer “está com incontinência urinária”, ele quer dizer que o volume de urina está aumentado, o que caracteriza poliúria e não escape de urina necessariamente”, aponta.
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Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
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