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Clínica e Nutrição

Médica-veterinária fala sobre os problemas que a obesidade e o sobrepeso causam nos pets

Por Equipe Cães&Gatos
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Por Equipe Cães&Gatos

A obesidade e o sobrepeso têm se tornado pontos de atenção recorrentes na clínica veterinária. Moldados cada vez mais aos hábitos humanos na rotina agitada dos centros urbanos, os animais domésticos têm cada vez mais oferta de alimentos em casa e menos tempo e espaço para a prática de atividades físicas. 

Caracterizada pelo acúmulo de gordura acima do necessário no corpo, tanto a obesidade quanto o sobrepeso prolongado são conhecidos fatores que prejudicam diretamente a saúde do animal e a sua qualidade de vida. 

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Caracterizada pelo acúmulo de gordura acima do necessário no corpo, tanto a obesidade quanto o sobrepeso prolongado são conhecidos fatores que prejudicam diretamente a saúde do animal e a sua qualidade de vida (Foto: Reprodução)

“Os pets que sofrem com sobrepeso ou obesidade têm maior predisposição à problemas respiratórios e cardíacos, problemas nas articulações, problemas de pele problemas reprodutivos, neoplasias e são pacientes com maior risco nos procedimentos cirúrgicos. Tudo isso contribui de forma muito negativa para a expectativa de vida do animal”, explica a médica-veterinária gerente de produtos da Avert Saúde Animal, Andrea Nagata.  

Como identificar se o meu pet está obeso? 

Nem sempre é fácil perceber a obesidade nos pets, seja devido a sua pelagem grossa e espessa que camufla a silhueta do animal, por não ter um parâmetro de comparação com animal da mesma raça com peso ideal ou até mesmo por acreditar que o pet “fofinho” é mais bonito. 

“De maneira técnica, nós consideramos obesidade quando o pet está pelo menos com 20% a mais de peso do que o seu peso ideal. São números baixos se formos pensar nos pets de raça pequena ou micro. Por exemplo, um pet que deveria pesar 5kg é considerado obeso se atingir um peso de 6kg”, Andrea exemplifica. “Ainda assim este 1 kg a mais interfere muito na qualidade de vida do animal”, completa. 

De acordo com a médica-veterinária, nas consultas de rotina a avaliação mais comum além da pesagem dos pets é o Escore de Condição Corporal (ECC), que avalia as características corporais do animal através da observação e da palpação, avaliação que também pode ser feita pelos tutores. 

“O pet no peso adequado, seja cão ou gato, vai apresentar uma cinturinha no final das costelas que é facilmente observada. As costelas são pouco ou nada visíveis, mas podem ser sentidas com facilidade na palpação, no carinho. Quando o pet está abaixo do peso, as costelas e os ossos do quadril são bem visíveis. E quando o pet tem sobrepeso, não é possível observar as costelas e é difícil também de sentir elas com a palpação”, explica. 

Ainda assim, Andrea reforça que o diagnóstico exato de sobrepeso, obesidade ou magreza excessiva é dado apenas pelo médico-veterinário, que além de realizar estas medições irá levar em consideração o histórico do animal. 

Como prevenir a obesidade nos pets? 

Dieta equilibrada adequada para as necessidades do pet e ter uma rotina de atividades para o pet gastar energia, como passeios longos e brincadeiras que estimulem corrida no caso dos cães, ainda são os pilares fundamentais para evitar o sobrepeso e a obesidade nos animais de estimação. 

Existe, porém, um outro fator que é muito relevante: o olhar “pidão” dos pets. “É bem complicado resistir aos olhares de súplica quando estamos comendo algo que sabemos que é gostoso, a gente fica sim tentado a ceder e dar um pedacinho que seja ao pet. Mas uma coisa que a gente não leva em consideração é que se o pet não experimentar, ele não vai saber que é bom e não vai ter interesse em pedir. Evitar fornecer esses tipos de agrado aos nossos peludos é essencial para a saúde deles”, alerta a veterinária.  

Assim como os seres humanos, as necessidades nutricionais dos pets mudam de acordo com cada fase da vida e, por isso, é de grande importância seguir as orientações do médico veterinário sobre ração e petiscos desde o início da vida do pet. Desta forma, se não houver nenhum problema metabólico com o animal, muito provavelmente o peso não será um problema. 

Meu pet está com sobrepeso/obesidade, tem tratamento? 

Sim, existe tratamento, mas nada de criar uma dieta por conta e sair correndo por aí com o animal para ele se exercitar. Todo o processo de emagrecimento do pet deve ser prescrito e acompanhado pelo médico-veterinário. 

A dieta é o primeiro passo para o emagrecimento do pet, principalmente para os animais que já estão no quadro de obesidade. Isso porque colocar um pet obeso e sedentário para se exercitar pode promover sobrecarga respiratória, cardíaca e nas articulações, o que tende a ser mais danoso para o animal. Além disso, é mais prático para o tutor, que não precisa modificar a sua rotina prontamente. 

“No emagrecimento do pet o objetivo é que ele perca gordura sem perder a massa muscular, que é de suma importância para as suas atividades diárias. Por isso as dietas desta fase costumam ter menos gordura e, por consequência, menos calorias. Também é importante que a dieta do pet que precisa emagrecer seja rica em fibras, minerais e vitaminas, além é claro de uma maior quantidade de proteína”, explica Andrea. 

O papel da proteína nas dietas de emagrecimento também está relacionado à digestão mais demorada do nutriente, o que promove uma sensação de saciedade por mais tempo. Fontes de aminoácidos, as proteínas são responsáveis por manter a massa muscular e fortalecer o sistema imunológico dos pets. 

É possível aumentar o aporte proteico das dietas dos pets com sobrepeso e obesidade através da suplementação de proteína formulada especialmente para os animais. Com uma palatabilidade pensada nas particularidades dos companheiros de quatro patas e sabores atrativos, como de Bacon por exemplo, os suplementos proteicos podem ser misturados ao alimento ou diluídos na água. 

“A suplementação proteica nas dietas dos pets, desde que prescrita pelo médico veterinário, é uma maneira segura de garantir o fornecimento ideal e adequado de proteína, além de ser saudável e muito prática para o tutor. É algo que facilita no dia a dia e aumenta a adesão do tutor e do pet nesta fase de alimentação um pouco mais restritiva”, finaliza Andrea. 

Depois do processo de emagrecimento, a manutenção de uma dieta equilibrada adequada à nova realidade do pet e a prática regular de atividades que estimulem a queima de energia deve fazer parte do novo estilo de vida da família. Assim é possível assegurar mais saúde, bem-estar e longevidade para o pet. 

Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.

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