Doença infecciosa viral aguda grave, a raiva é causada por um vírus da família Rabhdoviridae e é letal em aproximadamente 100% dos casos. Como é uma zoonose, pode ser transmitida dos animais para os seres humanos, principalmente pelo contato com a saliva de animais infectados, seja por meio de mordedura, seja pela lambedura. Apesar de não ter cura, a raiva pode ser prevenida, e o médico-veterinário Tiago Paixão, coordenador de vendas técnicas e geração de demanda de Animais de Companhia da MSD Saúde Animal, alerta para a importância de manter a vacinação em dia.
Desde 1973, o Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR) implantou a vacinação antirrábica canina e felina em todo o território nacional. Segundo informações do Ministério da Saúde, essa atividade resultou num decréscimo significativo nos casos de raiva nesses animais e controlou a doença no país. No entanto, ela continua sendo de grande importância para a saúde pública. “Não há brecha para descuidos com a vacinação, é uma doença de extrema relevância. Entre as medidas preventivas, é preciso que os tutores sigam firme a orientação de os pets receberem o imunizante anualmente, só assim conseguiremos frear cada vez mais os casos de raiva”, afirma o profissional.
Entre 2010 e 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foram registrados 47 casos de raiva humana, dos quais 9 tiveram agressões provocadas por cães, 4 por felinos e 24 por morcegos, entre outras espécies. E em agosto do ano passado, segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), foi confirmado um caso de raiva em cão, no bairro Butantã, de uma variante de morcego (AgV3).
Inclusive, o fato de todos os anos existirem confirmações de casos de morcego com raiva reforça a necessidade de cães e gatos serem vacinados anualmente. O CRMV-SP ressalta que quando os morcegos estão acometidos pela raiva, eles manifestam alterações de comportamento, como os que adentram imóveis ou que são vistos durante o dia. Por isso, a população deve comunicar a prefeitura se avistar morcegos com alteração de comportamento ou em local estranho. Outro ponto de atenção é que não se deve ter contato direto nem colocar a mão no animal silvestre, assim como não se deve deixar os animais domésticos terem contato com os morcegos.
A imunização de cães e gatos contra a raiva pode ser feita em postos permanentes ou em estabelecimentos médico-veterinários. “Uma opção é a Nobivac Raiva, vacina inativada formulada com a cepa (Pasteur) idêntica à usada em vacinas humanas, sendo eficaz em situações de altíssimo desafio, com recomendação para cães, gatos e ferretes a partir de 12 semanas de idade”, diz Tiago.
Atenção aos sintomas da doença
O médico-veterinário explica que os sintomas nos animais se apresentam como distúrbios no sistema nervoso central, incluindo alterações comportamentais e paralisia progressiva. “As alterações comportamentais podem compreender a falta de apetite, o nervosismo, a agressividade e, às vezes, o isolamento. Os sinais de paralisia progressiva normalmente começam com um andar cambaleante, progridem para dificuldade de deglutição e seguem para coma e morte.”
Já nos seres humanos, as manifestações podem durar de 2 a 10 dias e, geralmente, englobam mal-estar geral, aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, irritabilidade, sensação de angústia e espasmos musculares, que evoluem para um quadro de paralisia, causando complicações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Hiperestesia e parestesia no trajeto de nervos periféricos próximos ao local de mordedura também são características da doença.
Quanto ao período de incubação da doença, Tiago pontua que é variável, podendo durar entre dias e até mesmo anos. “De maneira geral, em cães e gatos infectados, a eliminação do vírus pela saliva pode ocorrer de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos. E o animal costuma vir a óbito de 5 a 7 dias após o aparecimento dos sintomas”, detalha o especialista.
Doações
Atenta às demandas de saúde e com o objetivo de apoiar ações sociais relacionadas à causa animal, a MSD Saúde Animal segue com as iniciativas do projeto Bravecto do Bem. Desde 2020, a iniciativa contempla doações, apoio a ONGs e incentivo a adoção de animais. No último mês, a ação realizada por meio do projeto foi a doação de mais de 100 mil doses da Nobivac Raiva para três ONGs de São Paulo: AMPARA Animal, Instituto Caramelo e Cão sem Dono. A doação ainda permitiu à AMPARA Animal destinar 15 mil doses do lote recebido para apoiar a prevenção de animais do Rio Grande do Sul.
Para reduzir os casos de raiva, a MSD Saúde Animal também colabora com o Programa Afya Serengeti, uma iniciativa global sem fins lucrativos que há mais de 25 anos se compromete a doar vacinas contra a raiva canina para utilização nas regiões em desenvolvimento. “Dedicamos nosso apoio aos esforços humanitários dos nossos parceiros, incluindo a Rabies Free África e a Mission Rabies, a fim de eliminar a raiva transmitida por cães. Para isso, doamos todos os anos doses da Nobivac Raiva. Faz parte do nosso esforço para melhorar a vida dos animais de estimação e das pessoas em todo o mundo. Tanto que, a partir desse projeto, já foi possível reduzir em 86% as mortes nessa região, em sua maioria de crianças”, afirma Tiago.
Fonte: MSD Saúde Animal, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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