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Clínica e Nutrição

Medidas contra a dirofilariose protegem animais e reduzem riscos zoonóticos

Controle ambiental e utilização de repelentes nos pets são ações que ajudam a combater a doença
Por Cláudia Guimarães
gato
Por Cláudia Guimarães

A dirofilariose é uma doença causada por vermes redondos que parasitam o coração, que podem provocar sérios problemas, principalmente em cães, mas também afeta gatos e seres humanos. 

Quem nos explica é a professora Associada de Doenças Parasitárias e Epidemiologia, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, da Universidade de São Paulo (FZEA/USP), Trícia Maria Ferreira de Sousa Oliveira. Ela ainda informa que a transmissão do parasita ocorre por meio da picada de mosquitos, como o Aedes aegypti, que se alimentam de sangue.

Muitas vezes, segundo a profissional, os animais não apresentam sinais clínicos evidentes, mas tosse e cansaço fácil após exercícios são um sinal de alerta de que o animal pode estar infectado com o parasito. “Existem exames de sangue, como testes rápidos para detecção de antígenos circulantes, ou de microscopia para visualização de microfilárias (larvas) ou, ainda, exames de imagem como raio-x e/ou ultrassom para visualização dos parasitos no pulmão e/ou coração dos animais”, indica.

De acordo com Trícia, em áreas endêmicas, é importante a utilização de repelentes contra mosquitos e, também, de fármacos conhecidos como microfilaricidas. “Os microfilaricidas são medicamentos aplicados mensalmente ou, até mesmo, anualmente. Eles matam as formas jovens do parasito que são inoculadas pelo mosquito transmissor ou liberadas pelas fêmeas adultas presentes no animal infectado”, discorre.

Depois do tratamento, o animal deve ser acompanhado pelo veterinário para a observação de efeitos colaterais relacionados à morte dos parasitos adultos e retestado após seis e 12 meses (Foto: reprodução)

O tratamento disponível, atualmente, no Brasil envolve o uso do antibiótico doxiciclina, combinada com um microfilaricida, administrados mensalmente, conforme mencionado pela docente. “O animal deve ser acompanhado pelo médico-veterinário para a observação de efeitos colaterais relacionados à morte dos parasitos adultos e retestado após seis e 12 meses. Caso o tratamento não tenha sido bem-sucedido, a terapia com doxiciclina pode ser repetida”, salienta.

Pela experiência da veterinária, ela afirma que a profilaxia da dirofilariose em cães e gatos é crucial para reduzir os reservatórios do parasito e o risco de transmissão zoonótica. “Animais não tratados podem ser fontes de infecção para mosquitos, que podem espalhar a doença para outros animais e para seres humanos. Portanto, é uma questão não apenas de saúde animal, mas, também, de saúde pública”, frisa.

Segundo Trícia, o sucesso na prevenção e controle dessa doença depende de uma abordagem coordenada, que envolva tanto o tratamento de animais infectados quanto medidas de controle ambiental para controle de vetores (mosquitos) e uso de inseticidas e repelentes a fim de reduzir o risco de transmissão da doença.

FAQ

O que é uma dirofilariose e como ocorre sua transmissão?
A dirofilariose é uma doença causada por vermes que parasitam o coração, transmitida pela picada de mosquitos, como o Aedes aegypti, que se alimenta de sangue.

Quais são os sinais de alerta para infecção por dirofilariose em animais?
Tosse e cansaço fáceis após os exercícios podem indicar a presença do parasito, embora os sinais clínicos nem sempre sejam evidentes.

Como prevenir e tratar a dirofilariose em cães e gatos?
A prevenção inclui o uso de repelentes, microfilaricidas mensais ou anuais, e controle ambiental de mosquitos. O tratamento envolve o uso de doxiciclina combinada com microfilaricidas, com acompanhamento veterinário.

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