O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), por meio das Comissões de Gestão de Riscos de Animais em Desastres, de Meio Ambiente e de Saúde Única, esteve presente em diversas aldeias indígenas do Estado do Rio de Janeiro. A iniciativa, que ocorreu entre os dias 10 e 14 de fevereiro, focou nas comunidades de Sapukai, em Angra dos Reis, e Paraty-Mirim, Araponga, Rio-Pequeno e Iriri-Pataxó, em Paraty, com o objetivo de promover uma ação de Saúde Única.

Em parceria com instituições como a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB) – Fiocruz, Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad), entre outros, a iniciativa teve como foco a interligação entre a saúde humana, animal e ambiental.
O objetivo foi entender as condições de saúde das comunidades indígenas e de seus animais domésticos, além do ambiente compartilhado. Foram realizadas vacinações e vermifugações, além da coleta de amostras de sangue, pelos e fezes dos animais. Também foram coletadas amostras de solo e água para análises de doenças como raiva, leptospirose, toxoplasmose, toxocaríase, ancilostomose, estrongiloidíase, leishmaniose, hematozoários, fungos, entre outros.
A médica-veterinária Carla Campos, servidora da Fiocruz e presidente da Comissão de Saúde Única do CRMV-RJ, destacou a importância da ação. “Estamos aqui na aldeia Araponga como parte de um projeto de Saúde Única que teve início nesta segunda-feira e se estenderá até sexta-feira. Essa primeira etapa envolve a Fiocruz, CRMV-RJ, UFPR, UFRRJ, Grad Brasil, DSEI Litoral Sul e conta com o apoio da Unoeste para as análises laboratoriais. Essa é uma iniciativa solicitada pelo DSEI e pelo Núcleo de Saúde Indígena, que depois continuará como projeto de pesquisa das instituições participantes, financiado por emenda parlamentar”, disse.
Quem também comentou sobre a iniciativa foi o médico-veterinário Eduardo Mayhe, embaixador da Costa Verde do CRMV-RJ e presidente das Comissões de Meio Ambiente e de Desastres do CRMV-RJ, que reforçou o papel estratégico do veterinário nesse tipo de ação. “O médico-veterinário tem papel fundamental na defesa da saúde humana, animal e ambiental. Os animais foram vacinados e medicados com antiparasitários, além da coleta de amostras para análises laboratoriais. Em paralelo, os profissionais da SESAI também realizaram exames de sangue em adultos e crianças. O monitoramento ambiental, com coleta de material do solo e da água, é essencial para compreender os riscos sanitários e garantir melhores condições de saúde para a comunidade”, emendou.
Por outro lado, segundo os moradores das aldeias, a iniciativa foi um marco importante. Ilda da Silva, de 60 anos, responsável por dois cães, Florzinha e Pitoco, destacou sua satisfação com a ação. “Fiquei muito emocionada porque só esse ano apareceu esse trabalho aqui na aldeia. Nunca consegui levar meus cachorros para o veterinário, essa é a primeira vez. Estou muito feliz, e eles ficaram alegres também”, contou.
O cacique da aldeia Araponga, Augustinho, também celebrou a ação. “Isso é muito bom, porque é a primeira vez que conseguimos esse atendimento na aldeia. Muitas pessoas estão aqui trabalhando, e isso é muito importante. Quero que venham mais vezes. Ano passado, estive em uma aldeia em São Paulo e soube que duas crianças faleceram porque contraíram uma doença de cachorro. A presença de profissionais de saúde aqui hoje é essencial para a nossa comunidade.”

Também participaram da ação profissionais de diversas áreas, como biólogos, nutricionistas, enfermeiros, farmacêuticos e analistas em gestão, além de veterinários. A iniciativa reforça a importância da abordagem da Saúde Única e o papel fundamental do médico-veterinário na promoção da saúde coletiva e do bem-estar das comunidades tradicionais.
Fonte: CRMV-RJ, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ
Qual foi o objetivo da ação do CRMV-RJ nas aldeias indígenas?
Promover uma iniciativa de Saúde Única, avaliando a saúde das comunidades indígenas, seus animais e o meio ambiente.
Quais atividades foram realizadas durante a ação?
Vacinação e vermifugação dos animais, coleta de amostras de sangue, pelos e fezes, além de análises de solo e água para detectar doenças.
Qual a importância do médico-veterinário nesse tipo de iniciativa?
Os veterinários ajudam na prevenção de zoonoses, no monitoramento ambiental e na promoção da saúde coletiva, garantindo melhores condições sanitárias para a comunidade.
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