Caracterizado por um ruído semelhante àquele de um fole, detectado durante a auscultação cardíaca, o sopro cardíaco indica turbulência na passagem do sangue. A médica-veterinária, mestra em Patologia experimental e comparada e doutora em Clínica Veterinária, Patrícia Pereira Costa Chamas explica que os sopros são gerados quando o sangue deixa de fluir pelo coração de uma forma laminar, pela presença de uma valva cardíaca com abertura insuficiente (estenose valvar) ou com fechamento incompleto (insuficiência valvar) , ou pela presença de orifícios ou canais comunicantes causando desvio do sangue de um lado para outro do coração (shunts por comunicação interatrial ou interventricular, persistência do ducto arterioso), ou por alterações na velocidade ou na viscosidade sanguínea (hipertireoidismo, anemia).
“Quando auscultado um sopro, sua origem deve ser sempre investigada, uma vez que a maioria deles ocorre pela existência de uma doença cardíaca, seja de etiologia congênita ou adquirida. Algumas dessas doenças podem ser controladas ou, por vezes, até curadas, quando a intervenção terapêutica é realizada adequadamente e de forma precoce. Por outro lado, se subestimadas ou não tratadas, podem evoluir desfavoravelmente e culminar com quadro de insuficiência cardíaca e morte do animal”, afirma Patrícia.
Como proceder
Ao receber um paciente com sopro cardíaco, o que fazer? De acordo com Patrícia, é preciso investigar a sua causa. “O único exame capaz de diagnosticar a origem do sopro cardíaco é o ecodopplercardiograma, que avaliará a função e anatomia das câmaras e valvas cardíacas, detectando a possível presença das estenoses ou insuficiências valvares ou dos shunts intra ou extra-cardíacos. Nos casos de sopro anêmico ou sopro por hipertireoidismo, a causa será elucidada por exames de sangue específicos”, completa.
Ela aponta que existem tratamentos específicos para determinadas cardiopatias, como a ligadura cirúrgica de um ducto arterioso patente ou a administração de antiparasitários e antibióticos para cães com dirofilariose, e tratamentos não direcionados especificamente para a doença cardíaca, mas, sim, para melhora do débito cardíaco (ex: agentes inotrópicos como o pimobendan) ou dos sinais congestivos decorrentes da insuficiência cardíaca congestiva (ex: agentes vasodilatadores como o enalapril, diuréticos como a furosemida).
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Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
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