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Congresso Pet Vet aborda variados temas sobre Medicina Veterinária, na Pet South America

Por Equipe Cães&Gatos
palestra
Por Equipe Cães&Gatos

Desde o dia 30 de novembro, até hoje (02) a cidade de São Paulo recebe a Pet South America, que, além da tradicional feira de negócios do setor pet, traz, também, diversas atrações simultâneas. No segundo dia do congresso Pet Vet, direcionado a médicos-veterinários, o neurologista e neurocirurgião Ronaldo Casimiro da Costa comandou três palestras. Ele atua como chefe do Setor de Neurologia e Neurocirurgia Veterinária da The Ohio State University, nos Estados Unidos.

Casimiro trouxe para debate as doenças da coluna, como as do disco intervertebral (DDIV). O assunto entrou na programação devido ao aumento significativo dos entendimentos sobre a doença nos últimos anos, principalmente em 2020. 

Outro tema tratado pelo neurologista foi a síndrome da cauda equina (estenose lombossacral), umas das doenças neurológicas mais diagnosticadas de forma incorreta. Após apresentar como ela acontece e formas de identificá-las, Casimiro abordou os tratamentos médicos existentes e apresentou uma novidade no Brasil, a adoção de corticoides epidurais. Segundo ele, um estudo recente realizado nos Estados Unidos apontou a melhora de até 79% dos casos, com cura de 53%. O procedimento pode ser feito sob sedação e, dependendo do caso, em uma hora o animal está apto para ser liberado.

No painel sobre derrame, Casimiro abordou os sintomas clínicos, as formas de diagnóstico e os fatores de risco para um tratamento adequado. Ele estima que 70% dos acidentes vasculares cerebrais são isquêmicos e 30% hemorrágicos. A gravidade depende do local, mas os fatores de risco são a hipertensão, aterosclerose (deposição de placas de gordura nas artérias), trombos sépticos, tumoral, embolia cardíaca e coagulopatias. O sintoma clássico é a paralisia assimétrica (apenas um lado do corpo). “Os quadros vasculares em cães apresentam bons prognósticos desde que se identifiquem as causas e sejam tratadas”, alertou.

O Congresso Técnico foi realizado pela NürnbergMesse Brasil com o apoio da ABHV – Associação Brasileira de Hospitais Veterinários. De acordo com o presidente da instituição, João Buck, a presença de Casimiro aumentou a qualidade das discussões. “Casimiro é um orgulho do Brasil, por ser referência internacional. Recentemente, no Congresso de Montenegro, em Portugal, vi uma fila de espera com 800 pessoas para ouvi-lo. É a maior autoridade do mundo em neurocirurgia e nos possibilita contato com o que há de mais moderno em diagnósticos rápidos e fáceis”, destaca.

O neurologista e neurocirurgião veterinário, Ronaldo Casimiro da Costa, comandou três palestras no Pet Vet (Foto: reprodução)

Outro tema abordado em palestra na Pet Vet foi o tráfico de animais, que exige novos veterinários de selvagens no mercado. O convidado para falar sobre o tema foi Rodrigo Rabello, médico veterinário, especialista em manejo de fauna, em clínica médica e em cirúrgica em animais selvagens.

Ele comentou que a biodiversidade brasileira, a maior do mundo, faz com que haja demanda significativa no mercado nacional por veterinários de animais selvagens. Por isso, a Pet Vet também incluiu uma palestra sobre o assunto no Congresso Técnico deste ano.

Rabello ministrou uma palestra motivacional para veterinários que pensam em se dedicar a animais, como leões, jacarés, onças e jaguatiricas. Segundo ele, além da biodiversidade, outro triste fato exige a atuação de veterinários de animais selvagens: o tráfico de animais, o terceiro maior comércio ilícito do mundo, atrás apenas do tráfico de drogas e de armas. A apreensão desses animais implica no acompanhamento de profissionais especializados para reabilitação e, em alguns casos, para reintrodução à natureza. “Eu queria que todo mundo tivesse essa sensação um dia. Eu tenho vontade de chorar quando falo nisso! É um trabalho muito importante”, emocionou-se.

De acordo com o especialista, a Medicina Veterinária para animais selvagens exige profissionais proativos, de bom condicionamento físico, com potencial para trabalho em equipe e que sejam detalhistas. “Se for preciso iniciar a carreira com animais de pequeno porte, façam isso. Tem gente que não gosta, mas há vários animais pequenos que possuem a constituição corporal muito parecida à dos selvagens. Aprende-se bastante”, explicou.

Rabello relatou que há grande demanda por veterinários de animais selvagens em zoológicos, órgãos públicos e em ações de resgate e manejo de fauna para leis de compensação ambiental. Os projetos Tamar e o Peixe Boi, na Amazônia, são exemplos de iniciativas que carecem de veterinários especializados. “Eles me telefonam e perguntam sobre profissionais disponíveis no mercado. É muito triste falar que não temos”, lamentou. 

Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.

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