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Pets e Curiosidades

Demência em cães e gatos idosos exige atenção e cuidados especiais

A demência afeta muitos idosos, sejam eles humanos, sejam animais. Em pets, essa condição pode impactar significativamente na qualidade de vida e na dinâmica da casa
Por Equipe Cães&Gatos
Demência em cães e gatos idosos exige atenção e cuidados especiais
Por Equipe Cães&Gatos

Assim como com os humanos, os animais podem sofrer com demência ao longo dos anos de vida, e em, casos mais graves, desenvolvem uma condição denominada síndrome da disfunção cognitiva (CDS), acometida em sua maioria em cães e gatos idosos. Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e publicado na revista Scientific Reports, concluiu que as chances de um cachorro ter demência, por exemplo, aumentam mais de 50% a cada ano de idade do animal.

Algumas mudanças comportamentais são esperadas com o envelhecimento do animal, assim como os humanos. De acordo com Francisco Resende, professor do curso de medicina veterinária do Centro Universitário Uniceplac, quando esses sinais “esperados” se associam a outros simultaneamente, persistem e se agravam, podem indicar um quadro de demência.

A estimulação cognitiva é essencial para pets com demência, pois ajuda a manter a mente ativa e a retardar o avanço da doença (Foto: Reprodução)

A melhor ajuda que o tutor pode oferecer ao pet, nesses casos, é a avaliação veterinária para distinguir entre envelhecimento normal e a síndrome da disfunção cognitiva, que podem apresentar sintomas semelhantes. “Por exemplo, um cão idoso pode ter energia reduzida e se apresentar mais apático, mas, se associado a isso, ele também apresenta desorientação constante e deficits de aprendizado, isso pode sugerir um quadro de disfunção cognitiva”, explica. 

Os animais debilitados apresentam uma neurodegeneração progressiva que se reflete no comprometimento das capacidades cognitivas, que podem ser comparados a sintomas humanos, explica Fernando Resende, veterinário neurologista e geriatra animal. “Há semelhanças significativas entre a doença em animais e a doença de Alzheimer em humanos, pois ambas as condições envolvem processos neurodegenerativos. Contudo, não devemos chamar a SDC de Alzheimer porque, apesar das semelhanças, há diferenças importantes entre as duas condições.”

Estimulação 

A estimulação cognitiva é essencial para pets com demência, pois ajuda a manter a mente ativa e a retardar o avanço da doença. Brinquedos interativos e chamativos são ótimas opções para estimular o cérebro do animal. Introduzir desafios graduais, como percursos de obstáculos adaptados ou esconderijos de alimentos, também promove a exploração e a interação, contribuindo para o bem-estar mental e emocional do pet.

Francisco Resende sugere que algumas adaptações sejam feitas para melhorar a dinâmica e facilitar a vida do pet debilitado. Mantenha uma rotina consistente com o bichinho, pois horários fixos para alimentação, passeios e descanso ajudam na orientação do animal; remova obstáculos, evite mudanças na disposição dos móveis e garanta que recursos como água e comida estejam facilmente acessíveis; tente diminuir os ruídos e as situações estressantes que possam aumentar a ansiedade do animal.

Os animais debilitados apresentam uma neurodegeneração progressiva que se reflete no comprometimento das capacidades cognitivas (Foto: Reprodução)

Cannabis como tratamento

O canabidiol e o tetraidrocanabinol, substâncias encontradas na cannabis, surgem como uma alternativa ou complemento no tratamento da demência em animais. Normalmente, cães com mais de 8 anos e gatos acima de 11 anos são os que mais se beneficiam, segundo Vanessa Seabra, veterinária e pesquisadora EndoCanabinologia. 

Um dos principais desafios para o uso desse tipo de terapia é ainda a falta de estudos na área. “Um dos maiores problemas é a falta de regulamentação e de produtos específicos para o uso da cannabis em pets, e poucas pesquisas na área, o que dificulta saber exatamente a quantidade e como usar de forma segura”, afirma Vanessa.

Os riscos colaterais existem, como na maioria dos tratamentos, e devem ser observados, principalmente em cães, que são mais sensíveis, e animais com riscos cardíacos. “Se usados em doses altas, podem levar à perda de equilíbrio, ao sono excessivo, a vômitos e, em casos graves, à intoxicação.”

Atenção aos primeiros sinais

Os primeiros sintomas observados em cães e gatos, segundo o veterinário  Francisco Resende são:

  • Desorientação: os animais podem parecer confusos em ambientes familiares, perderem-se em casa ou ficarem presos atrás de móveis e portas. Muitos apresentam andar compulsivo e vocalização.
  • Alterações no ciclo do sono: padrões de sono irregulares, como insônia noturna e sonolência diurna. 
  • Mudanças na interação social: diminuição do interesse por interações com tutores ou outros animais, ou aumento de comportamentos ansiosos. 
  • Perda de hábitos de higiene: passam a urinar ou defecar em locais inadequados, muitas vezes, em sua própria cama ou em local de repouso.
  • Alterações na atividade física: andar sem rumo, inquietação ou diminuição da atividade.

Doenças sistêmicas, condições metabólicas, endócrinas, cardiológicas e oncológicas podem afetar a função neurológica. O indicado quando se observa comportamentos atípicos no pet, é consultar um veterinário. O diagnóstico precoce pode auxiliar no tratamento.

Fonte: Correio Braziliense, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.

FAQ

Qual o comportamento de animais afetados pela demência?

Os animais debilitados apresentam uma neurodegeneração progressiva que se reflete no comprometimento das capacidades cognitivas, que podem ser comparados a sintomas humanos.

Como diferenciar envelhecimento da idade com alguma disfunção cognitiva?

um cão idoso pode ter energia reduzida e se apresentar mais apático, mas, se associado a isso, ele também apresenta desorientação constante e deficits de aprendizado, isso pode sugerir um quadro de disfunção cognitiva.

Como os tutores podem auxiliar no desenvolvimento mental dos animais afetados pela doença?

A estimulação cognitiva é essencial para pets com demência, pois ajuda a manter a mente ativa e a retardar o avanço da doença. Brinquedos interativos e chamativos são ótimas opções para estimular o cérebro do animal. Introduzir desafios graduais, como percursos de obstáculos adaptados ou esconderijos de alimentos, também promove a exploração e a interação, contribuindo para o bem-estar mental e emocional do pet.

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