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Clínica e Nutrição

Doutorando da UFMG faz descoberta inédita sobre a piometra, infecção uterina em cães

Por Equipe Cães&Gatos
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Por Equipe Cães&Gatos

O doutorando da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rafael Gariglio Clark Xavier, fez duas descobertas inéditas sobre a piometra, infecção uterina em cães, doença potencialmente fatal e que afeta uma em cada quatro cadelas. O estudo demonstrou, pela primeira vez no mundo, que as bactérias causadoras da doença podem também ter origem na microbiota oral e serem transmitidas entre os animais, resultado de importância para tutores e canis que possuem um grande número de fêmeas. 

Realizado sob a orientação dos professores Patrícia Coletto, do Hospital Veterinário UFMG, e Rodrigo Otávio Silva, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP) da UFMG, o estudo deve ser publicado em uma revista científica apenas em 2023, mas um resumo com resultados parciais do trabalho foi divulgado. O material foi premiado no 6° Prêmio Zoodonto, realizado em 2021. 

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Para tutores ou canis que possuem um grande número de fêmeas, recomenda-se que os animais com suspeita de piometra sejam isolados (Foto: reprodução)

“Ao longo de dois anos, avaliamos as bactérias presentes no útero de 70 cadelas acometidas por piometra e encontramos, em sua maioria, bactérias que ascenderam do intestino do animal para o útero, causando a infecção”, detalha o professor Rodrigo Silva. “Essa migração bacteriana é conhecida e não nos surpreendeu. Porém, em pelo menos dois animais, confirmamos que a bactéria causadora da piometra teve origem na mucosa oral das cadelas, ou seja, foi causada por bactérias comumente encontradas na boca de cães”. 

O docente conta que ao longo do estudo os pesquisadores se depararam com duas cadelas, irmãs, que apresentaram o quadro de piometra em um intervalo muito curto de tempo. E o que parecia inicialmente uma coincidência se revelou um importante achado científico. “Ao comparar as bactérias isoladas do útero das duas cadelas, por sequenciamento do genoma, percebemos que se tratavam de clones, ou seja, a infecção em ambas foi causada pela mesma bactéria e que teve uma origem única. Uma delas era colonizada pelo mesmo clone de Escherichia coli que causou infecção em ambas, já na outra, esse clone não foi encontrado no intestino, confirmando, pela primeira vez na literatura, a transmissão de piometra entre duas cadelas”, explica. 

Para tutores ou canis que possuem um grande número de fêmeas, recomenda-se que os animais com suspeita de piometra sejam isolados, reduzindo assim a chance de transmissão entre eles. 

Fonte: UFMG, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.

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