Durante o período da pandemia de Covid-19, muitos animais perderam seus tutores e, consequentemente, foram deixados de lado pela falta de interesse da família em continuar com os cuidados ou, até mesmo, são abandonados pelas dificuldades financeiras. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, somente no Brasil, existam mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo cerca de 10 milhões de gatos e aproximadamente 20 milhões de cães.
A preocupação é ainda maior com os felinos, pois, no verão, os cios das gatas são mais frequentes, o que resulta no nascimento de novos filhotes. A médica-veterinária especialista em medicina felina, Vanessa Zimbres, explica que a gestação da gata dura, em média, de 60 a 63 dias. “Então, se ela entra no cio no início de dezembro e emprenha, os bebês vão nascer entre o final de janeiro e início de fevereiro. Por isso, essa é a época onde temos mais filhotes e, com isso, a tendência de encontrar gatinhos órfãos nesse período é maior”.
A veterinária ressalta que ao encontrar um filhote sozinho é importante averiguar se a mãe não saiu para buscar alimento, mas, se o felino estiver visivelmente debilitado, com frio, fome ou em situação de perigo, o resgate deve ser imediato. “Infelizmente, os abrigos estão lotados e o ideal é oferecer um lar ou buscar um lar temporário, para que os bebês se recuperem e fiquem mais fortes para serem adotados”, salienta.
Vanessa indica alguns cuidados a serem seguidos, como, oferecer um substituto do leite da gata, fornecer uma cama aquecida com bolsa térmica, tomando cuidado para não aquecer demais, e estimular os filhotes a urinar e a defecar. “Deve-se cuidar dos filhotinhos como a mãe faria. Além disso, buscar orientação veterinária é imprescindível para evitar problemas físicos por má nutrição e outros problemas de saúde”.
Abandono de animais, um crime federal
De acordo com um levantamento feito pela Ampara Animal, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) que presta ajuda às ONGs e aos protetores independentes da causa animal, aponta que o abandono de animais cresceu 61%, entre junho de 2020 e março de 2021. A Lei Federal nº 9.605/98 correspondente ao crime ambiental passou a ter pena de detenção aumentada em até cinco anos, graças a Lei Federal nº 14.064/20, sancionada em setembro de 2020 referente aos maus-tratos.
Portanto, para evitar tais atitudes é necessário relembrar a posse responsável. “Antes de adotar qualquer animal, temos que analisar se temos condições de cuidar até o fim da vida dele. Os gatos vivem, em média, de 15 a 18 anos e cuidar bem não é somente alimentar e dar vacinas. A castração precoce também é fundamental e pode ser realizada a partir dos 4 meses de vida”, alerta a veterinária.
Para Vanessa não existem “animais de rua” e, sim, animais abandonados, além disso, a especialista reforça a adoção de animais carentes. “Eles sentem fome, frio, dor, ficam doentes e sofrem. É muito triste ver animais abandonados, que simplesmente sobrevivem dia a dia e ainda correm o risco de maus tratos de humanos. Importante ressaltar também que, apesar de existirem animais de raça, sempre devemos dar essa oportunidade de amor e cuidado aos animais carentes. Fazer uma boa ação, resgatar um animal faminto alivia a alma. Nós, humanos, temos muito a aprender com os animais”, finaliza.
Fonte: A.I, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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