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Pets e Curiosidades

Frequência do cio em gatas aumenta riscos de infecção e tumores

A castração, além de evitar gestações indesejadas, melhora a qualidade e a expectativa de vida das fêmeas
Por Cláudia Guimarães
gata sofá
Por Cláudia Guimarães

Se a sua felina está mais carinhosa, esfregando a face e corpo em objetos e pessoas, apresentou aumento da vocalização e assume a posição de acasalamento, caracterizada pelo levantando o quadril, estes são sinais de cio em gatas. Algumas delas podem, ainda, realizar marcação urinária no ambiente. Mas, o que fazer e quanto tempo este período dura?

A médica-veterinária especializada em Medicina Felina e que atende no Veros Hospital Veterinário, Isabela Fortuna Gasparello, explica que o ciclo estral das gatas é poliestrico sazonal, ou seja, ocorre repetidamente nas estações com mais luz solar. “Os cios, geralmente, se repetem a cada 14 a 21 dias, influenciados pelo fotoperíodo, que pode ser natural ou artificial. Raças de pelo longo são mais sensíveis à luz do que as de pelo curto. Além disso, fatores sociais, como a presença de machos e o convívio entre fêmeas, também interferem no estímulo e na sincronização do cio”, comenta.

gata no colo
Durante o cio as gatas podem apresentar mudanças de comportanto, como ficar mais carinhosas (Foto: Reprodução)

A profissional ainda aborda que o ciclo estral das gatas difere do das cadelas, principalmente por ser poliestrico sazonal, enquanto o das cadelas é monoestrico. “Nas gatas, o ciclo é dividido em proestro (quase imperceptível), estro (fase receptiva ao acasalamento), interestro (quando não há ovulação) e diestro (fase após ovulação). A ovulação nas gatas é induzida pela cópula, ao contrário das cadelas, que ovulam espontaneamente”, discorre.

Ela informa que, se não houver fecundação, a gata entra em pseudogestação e um novo estro ocorre após cerca de 35 dias. Em caso de gestação, o período é de 65 a 67 dias. “O anestro, fase de inatividade, pode ocorrer por baixa exposição à luz ou durante a lactação, durando de quatro a oito semanas após o desmame”, adiciona.

Condições de saúde podem influenciar?

Segundo Isabela, disfunções em hipotálamo, hipófise, adrenal e ovários podem levar a alterações nos cios e, dentre as causas mais comuns estão os cistos ovarianos. “A presença dos mesmos pode realizar à liberação prolongada de estrogênio e, por consequência, cios prolongados ou irregulares. Outra causa frequente na clínica de felinos é a síndrome do ovário remanescente, a qual é caracterizada pela presença de tecido ovariano residual após a esterilização. Apesar da impossibilidade de gestação, a gata apresenta comportamento de cio normalmente”, aponta.

A veterinária também alerta que as gatas que entram no cio com muita frequência são mais propensas a desenvolver problemas de saúde, como piometra. “Trata-se de uma infecção bacteriana associada à hiperplasia endometrial cística, decorrente da estimulação hormonal. Grande parte dos estudos associa maior risco de desenvolver a doença em animais que passaram por múltiplos ciclos estrais, principalmente em gatas com mais de três anos de idade”.

atendimento
Cios frequentes podem predispor o desenvolvimento de diversas doenças na gatas (Foto: Reprodução)

Além disso, Isabela destaca que a influência hormonal também está amplamente relacionada ao desenvolvimento de tumores mamários, assim como tumores uterinos, em menor frequência. “Já foi sugerido que a castração precoce, antes do primeiro cio, reduz em aproximadamente 91% o risco de desenvolvimento de carcinomas mamários em gatas”, acrescenta.

A médica-veterinária ainda destaca que manter os pilares do bem-estar é essencial para as gatas, ainda mais neste momento do ciclo. “Ofertar um ambiente seguro e calmo, com múltiplos recursos chave espalhados (bebedouro, comedouro, caixa de areia, arranhador, locais de descanso) e com interação social humano-gato positiva e consistente é mandatória para passar pelo período de estresse”, orienta.

Castração já!

Apesar de existirem medidas para dar suporte às fêmeas nestes momentos, Isabela salienta que a castração ou ovariohisterectomia é, ainda, o método mais eficaz e com menos efeitos colaterais para evitar cios e gestações indesejadas. Ela se apresenta como um procedimento preventivo importante visando à saúde individual e coletiva.

Segundo a profissional, individualmente, o procedimento diminui o risco de câncer de mama, útero, ovários e piometra. “Porém, os benefícios não se encerram no campo reprodutivo. Gatas castradas apresentam aumento na expectativa de vida. Com a queda hormonal e do instinto reprodutivo, a fêmea cessa a busca por parceiros e diminui o território que, usualmente, seria percorrido, minimizando traumas e a possiblidades de brigas e exposição a mordedura de outros gatos, o que reduz o risco de contrair doenças infecciosas, como FeLV e FIV. Do ponto de vista coletivo, a castração é essencial para o controle populacional”, encerra.

FAQ

Como saber se minha gata está no cio e quanto tempo dura esse período?

Durante o cio, a gata costuma ficar mais carinhosa, vocalizar mais, esfregar o corpo em objetos e adotar a posição de acasalamento com o quadril elevado. Esse período receptivo, chamado de estro, pode durar de 7 a 10 dias e se repete a cada 14 a 21 dias, principalmente em estações com maior luminosidade.

O cio frequente pode afetar a saúde da gata?

Gatas que passam por muitos ciclos estrais têm maior risco de desenvolver doenças como piometra (infecção uterina) e tumores mamários. A exposição constante aos hormônios aumenta essas chances, principalmente em fêmeas não castradas com mais de três anos de idade.

A castração é realmente a melhor opção?

A castração é o método mais eficaz para prevenir o cio, gestações indesejadas e doenças como câncer de mama, útero e ovários. Também aumenta a expectativa de vida da gata, reduz comportamentos de risco e é essencial para o controle populacional.

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