Alguns cuidados são excepcionais para preservar a saúde dos animais. Com prevenção e zelo, é possível oferecer uma qualidade de vida melhor aos bichos e, consequentemente, resultar na longevidade dos mesmos.
Além de dar atenção ao animal de companhia e oferecer uma boa alimentação, a limpeza do local onde o pet costuma ficar é importante para evitar a visita de insetos e pragas que podem trazer enfermidades. Outro ponto importante é manter uma rotina de idas ao veterinário, bem como, garantir que todas as doses de vacinas oferecidas a eles sejam tomadas.
Pensando na preservação da vida de cães e gatos, o Conselho Regional de Medicina Veterinário do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) e o médico-veterinário Clayton Bernardinelli Gitti destacaram as principais doenças infecciosas que acometem os pets, o as que causam e como prevení-las.
Principais doenças
Segundo informações divulgadas pelo CRMV-RJ, é possível relacionar diferentes doenças a partir do enfoque que se pode dar. “Há doenças de alto impacto na saúde dos animais, doenças que são zoonóticas ou aquelas doenças que ocorrem com maior frequência na região considerada. Ao escolher apenas um desses grupos deixaria de citar algumas importantes doenças e, para evitar que isso aconteça, comentaremos sobre doenças dos três grupos”.
Nos cães é mais comum identificar diagnósticos de cinomose, complexo das gastroenterites hemorrágicas, hemoparasitoses e Leishmaniose Visceral Canina (LVC).
A cinomose é uma doença viral multissistêmica que provoca lesões em diferentes órgãos. Os principais sinais clínicos são: vômito, diarreia, corrimento nasal, tosse e pneumonia, pústulas no abdome, hiperqueratose nos coxins finalizando com sinais neurológicos que irão provocar tremores musculares, incoordenação motora e convulsões. A doença tende a evoluir para óbito e aqueles que se recuperam, costumam apresentar sequelas.
Outra doença bastante preocupante é o complexo das gastroenterites hemorrágicas. As principais doenças podem ser de origem viral, bacteriana ou parasitária e irão apresentar principalmente quadros de diarreias com ou sem a presença de sangue, emagrecimento, desidratação e fraqueza. A mais conhecida talvez seja a parvovirose, que costuma ser uma das mais severas desse complexo.
As hemoparasitoses – em especial a erliquiose, popular “doença do carrapato”, causada por uma bactéria intracelular (Erlichia canis) transmitida pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, em sua fase aguda, pode provocar febre, anorexia, perda de peso e de força, corrimento nos olhos, sangramentos no nariz e na urina, uveíte anterior, depressão e diarréia. Além dela deve ser mencionada a Babesiose, causada por um protozoário (Babesia spp.), cuja transmissão é igual e os sinais são parecidos ao da erliquiose, mas tendem a ser mais brandos. Não é difícil que o mesmo cão apresente ambas as doenças associadas, principalmente os animais resgatados das ruas infestados com carrapatos.
Também acomete os cães, a Leishmaniose Visceral Canina – Doença zoonótica emergente causada por um protozoário (Leishmania infantum chagasi), e transmitida por um inseto (flebótomo), que apresenta clinicamente muitas facetas, mas costuma cursar com perda de apetite; emagrecimento progressivo; feridas na pele (que demoram a cicatrizar), principalmente no focinho, orelhas, articulações e cauda; pelos opacos, descamação e perda de pelos; crescimento anormal das unhas; diarreia, vômito e sangramento intestinal.
Em gatos
Uma das principais doenças é a FIV – Doença viral multissistêmica que se caracterizará pela queda da imunidade gerando sinais inespecíficos tais como perda de apetite, apatia, perda de peso, vômito, diarreia, doença renal, alterações oculares, neurológicas, hepáticas respiratórias, anemia, febre e tumores. Bem como a FELV, uma doença viral que está frequentemente relacionada ao desenvolvimento de neoplasias, como linfomas e leucemias e tendem a apresentar doenças secundárias recorrentes, anemias por conta do comprometimento imunológico que causa e acometimento de diversos sistemas, como o neurológico e o ocular.
Em cães e gatos
Na rotina clínica casos de Raiva são comuns em cães e gatos. A encefalite viral aguda provoca importantes alterações sensoriais no animal e é caracterizada inicialmente por mudança de comportamento, agressividade e evoluindo para a paralisia e morte. É considerada uma das mais importantes zoonoses.
Além da esporotricose – É uma micose do Complexo Sporothrix schenckii, caracterizada por causar lesões ulceradas na pele que não cicatrizam e pode apresentar formas sistêmicas mais graves. Além de gatos, a doença afeta os cães e outros animais de produção.
(Foto: reprodução)
Ao identificar:
“Toda vez que observamos algo de diferente em nossos animais, devemos procurar imediatamente o atendimento de um profissional médico-veterinário. Somente ele poderá executar os exames necessários para diagnosticar o que está acontecendo e conduzir a medida terapêutica adequada para cada caso. Lembrando que há muitos sintomas que são comuns a diferentes doenças e não será uma foto enviada pelo celular ou um comentário sobre o que o tutor está observando que irá fechar o diagnóstico. O diagnóstico de uma doença é o resultado do raciocínio realizado após analisar o cruzamento de diferentes informações oriundas do exame físico, exames complementares e da anamnese”, é o que divulga o Conselho Regional.
Vale ressaltar que algumas doenças citadas como, a raiva, leishmaniose e esporotricose também podem acometer os tutores de pets, por serem doenças zoonóticas é necessário atenção redobrada. Por isso, além de proteger seu animal de companhia, é possível garantir a saúde de todos com a vacinação e visitas regulares ao médico-veterinário.
Fonte: CRMV-RJ, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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