Conhecida por ser uma das doenças dermatológicas autoimunes mais importantes dos cães e dos gatos (Peterson et al., 2010), o pênfigo foliáceo se caracteriza pela produção de anticorpos que atacam um componente específico das moléculas de adesão dos queratinócitos.
Segundo a médica-veterinária, mestra em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, Maria Virgínia de Freitas Barbosa, uma vez destruídos, os queratinócitos perdem a sua estrutura normal, promovendo o depósito de imunoglobulinas entre as células, levando à acantólise, resultando na formação de vesículas sob o extrato córneo (Balda et al., 2008).
“Segundo Scott, 2001, o pênfigo foliáceo apresenta como principal diferencial em relação ao demais pênfigos, o fato de ser uma dermatite pustular de caráter intraepidérmica, onde são observadas vesículas intraepidérmicas. As lesões podem apresentar-se localizadas ou generalizadas e acometem, normalmente, a face, plano nasal, área auricular, região abdominal e, em alguns casos, os coxins plantares”, explica.
Maria Virgínia conta que os animais apresentam alguns sinais que indicam que estejam com pênfigo foliáceo: os principais sinais são lesões pustulares, as quais são observadas na face e pavilhões auriculares, podendo haver hiperqueratose com fissura dos coxins palmo-plantares, depois pode ocorrer envolvimento de membros, região abdominal e, em cerca de 60% dos animais, tornam-se multifocais ou generalizadas dentro de seis meses (Scott et al., 2001)”, afirma e completa que também pode ocorrer comprometimento ungueal. “Pirexia, depressão, claudicação, edema, linfoadenopatia e leucocitose neutrofílica podem ocorrer nas formas mais graves e generalizadas, a dor e prurido são variáveis e é possível ocorrer infecção bacteriana secundária (LARSSON et al., 1998)”.
Segundo ela, em concordata com Abreu et al., 2014, o pênfigo foliáceo ainda é uma grande provocação para a Medicina Veterinária, pois, apesar do avanço tecnológico no tratamento e diagnóstico desta doença, ela ainda continua sendo pouco ilustrada e fatores relacionados a tratamentos inadequados contribuem ainda mais para recidivas.
Confundir com outros problemas de pele também é comum, segundo ela, como por exemplo, outras afecções do complexo pênfigo, lúpus eritematosos discoides, dermatite linear por IgA, dermatomiosite, foliculite bacteriana, leishmaniose cutânea, dermatofitoses, doenças seborreicas da pele, piodermite superficial, eritema migratório necrolítico superficial e pustulose eosinofílica (Barbosa et al., 2012). “Na pluralidade dos atendimentos de pênfigo foliáceo, o prognóstico é favorável, porém deve ser acompanhado de uma terapia medicamentosa adequada, associada sempre com o acompanhamento do médico-veterinário (Barbosa et al., 2012)”, diz.
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Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
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