O médico-veterinário vai além da clínica. Desempenhar um papel junto à sociedade faz parte da Medicina Veterinária do Coletivo, como visto em nossa reportagem de capa. Assim foi com a médica-veterinária, doutoranda em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com ênfase em Medicina Comportamental de Abrigos, Ana Lucia Baldan, que desenvolveu uma pesquisa, na cidade de Pirassununga (SP), no abrigo misto municipal tutelado pela ONG “Ajuda para o Animal”.
Segundo ela, o projeto surgiu com o intuito de aumentar a taxa de adoções em abrigos de cães. “Gostaria que as adoções fossem permanentes, ou seja, que os cães não fossem devolvidos. E, quando pesquisei em artigos científicos os motivos das devoluções desses cães, me surpreendi com um alto índice de devoluções por maus modos, por comportamentos que os adotantes não queriam que os cães desenvolvessem na nova casa. Fui, então, em busca de mais informações e, com isso, fiz um estágio nos Estados Unidos, na Universidade Virginia Tech (VT), conheci vários abrigos e os trabalhos que eles desenvolviam para buscar melhoria nas adoções”, conta.
Segundo ela, uma das coisas que mais chamou atenção foi a sala de interação. Nela, os futuros adotantes podem interagir com o cão antes de ser adotado. “Vale frisar que o cão de abrigo necessita de um tempo, no mínimo 30 dias, para se adaptar ao novo lar. Portanto, é importante que o adotante dê ao animal um tempo de adaptação, porque eles vivem em ambiente diferente e, quando chegam nos novos lares, podem estranhar, ficar tímidos, fazer xixi e cocô fora do lugar. Com muito amor e paciência, todos os cães adotados conseguem se adaptar ao novo lar e dar muito amor aos seus novos tutores”.
Após realizar o estágio na Virginia Tech, ela desenvolveu dois protocolos para aplicar nos abrigos: um foi o Protocolo de Redução de Latidos (PRL), que faz com que os latidos sejam reduzidos na presença de humanos o que contribui na adoção, uma vez que os visitantes, durante a escolha do cão para adoção, não fiquem estressados. “Além disso, os animais e os colaboradores, que trabalham na ONG também terão menos estresse”. Outro protocolo desenvolvido foi o de Interação humano-cão e o Treinamento (IHC e TR), que ajuda a melhorar o bem-estar dos cães de abrigo e auxilia nas adoções.
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Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
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