Uma das grandes alegrias da vida, para muitos, é dividir os dias com seus animais de estimação. Prova disso é o grande número de pesquisas que demonstram que esses animais também trazem benefícios para a saúde e o bem-estar de todos, além de serem excelentes facilitadores sociais, criando novos vínculos entre as pessoas.

A profissional inglesa, Sandra McCune, que tem formação em Enfermagem Veterinária e Etologia, comenta, no livro “Bem-estar dos cães e gatos e a Medicina Comportamental”, publicado pela médica-veterinária Ceres Faraco, que cientistas, ao estudarem essa relação tutor-animal, descobriram que os tutores e os pets são muito beneficiados, principalmente quando a ligação entre ambos é forte.

Segundo Sandra, a firmeza desse vínculo se constrói com o cuidado e o amor que o tutor tem pelo seu animal e com o amor e o suporte recebido, como retorno. “Desta forma, os veterinários possuem um papel decisivo não apenas na proteção da saúde e no preparo do bem-estar animal, mas, também, na orientação e na criação das expectativas do tutor, em sua compreensão sobre o cuidado diário com o animal, para garantir que fortes laços entre eles sejam desenvolvidos, o que pode ser compensador mutuamente”, destaca.

De acordo com a American Veterinary Medical Association (Associação Médico-Veterinária Americana), o papel do veterinário, nesse contexto, é maximizar o potencial da relação entre as pessoas e os animais e, em especial, promover a saúde e o bem-estar de ambos.

Já em relação à guarda responsável de cães e gatos, os profissionais da área definem como sendo de responsabilidade do tutor fornecer um cuidado em relação às necessidades do seu cão/gato para toda a vida dele. “Isso inclui criar melhores condições para que o cão ou gato seja feliz, saudável e bem-socializado, e de desfrutar de um estado positivo de bem-estar. Tais aspectos enriquecem a vida das famílias, ao se integrarem em tudo e minimizarem riscos sociais e potenciais que possam surgir em grupos sociais, para outros animais ou para o meio ambiente. Além das implicações para o bem-estar dos animais da companhia, esse modelo responsável pode gerar consequências negativas nas cidades, sobre animais perambulando pelas ruas, provocando perturbações por latidos, sujeira ou mordeduras”, aponta Sandra.

Criando vínculos

De acordo com estudos, as razões pelas quais as pessoas têm um animal de estimação são as seguintes:

• Hipótese da biofilia: Os humanos possuem uma tendência inata para procurar conexões com a natureza e as outras formas de vida;
• Teoria do suporte social: A necessidade humana de ser amada, valorizada e de ter pertencimento, ser socialmente aceito;
• Teoria do apego: Um vínculo emocional profundo e duradouro que conecta uma pessoa a outro animal, modelo de relacionamento ocidental;
• Neotenia: Retenção das características juvenis que acionam a tendência humana de atração por rostos semelhantes aos dos bebês.

A melhor relação, como lembrado por Sandra McCune, inicia-se quando são consideradas as características particulares do animal em harmonia com as necessidades da família, do ciclo de vida e do contexto doméstico. Segundo ela, uma boa combinação significa que as necessidades de saúde e bem-estar animal podem ser alcançadas e, dessa forma, a família obtém muitos benefícios.

FAQ

Como os animais de estimação beneficiam a saúde e o bem-estar humano?
Animais de estimação promovem benefícios físicos e emocionais, como redução do estresse, alívio da solidão e estímulo à socialização, criando novos vínculos entre pessoas e fortalecendo a saúde mental.

Qual é o papel do médico-veterinário na relação tutor-animal?
O veterinário atua na promoção da saúde e do bem-estar animal, orientando os tutores sobre cuidados essenciais e fortalecendo o vínculo entre humanos e animais de estimação, garantindo uma convivência harmoniosa e saudável.

Quais são os fatores que levam as pessoas a adotarem animais de estimação?
Razões incluem a busca por companhia e afeto (Teoria do Apego), o desejo por conexões com a natureza (Hipótese da Biofilia), a necessidade de suporte emocional (Teoria do Suporte Social) e a atração por características juvenis dos animais (Neotenia).

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