Cláudia Guimarães, da redação
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Muitos são os vídeos de gatos que aparecem em sua timeline, aposto, assim como aparece na minha. Alguns deles mostram o rápido reflexo dos bichanos em diversas situações: de susto, de defesa, de medo, etc. Como podem ser tão ágeis?
Falamos com a médica-veterinária especializada em felinos, coordenadora e professora da pós-graduação em Felinos UFAPE Intercursos, Bruna Rodrigues Padin, que faz uma comparação desse tempo de resposta dos felinos e das cobras. “Em geral, os gatos são mais rápidos, embora existam particularidades individuais. Os gatos têm um tempo médio de reação de 20 a 70 milésimos de segundo, enquanto as cobras têm o tempo de reação de 40 a 70 milésimos por segundo. É como se o gato pudesse enxergar uma cena muito rápida em câmera lenta”, explica.
Segundo Bruna, os gatos precisam ser animais muito ágeis pelo fato de serem caçadores. “Evolutivamente, desenvolveram uma alta capacidade visual específica para essa habilidade, como maior sensibilidade luminosa, o que possibilita melhor visão noturna e faz com que enxergue melhor contornos, tamanhos e texturas. Mas, mais do que isso, na natureza, os gatos também podem ser presas de outros animais, portanto, sua habilidade visual permite uma alta capacidade de defesa”, discorre.
Habilidade diferenciada
Além da comparação com as cobras, a médica-veterinária ainda cita como é com outra espécie: “O tempo de reação dos cães é de 70 a 80 milissegundos. Para se ter uma ideia da dimensão dessa velocidade, uma piscada humana leva de 100 a 150 milessegundos”, correlaciona.
Como explicado por Bruna, essa habilidade dos gatos está ligada a particularidades na capacidade visual com características específicas dos olhos dos felinos, além da capacidade neurológica em processar a informação e desenvolver uma resposta rapidamente. Essas particularidades foram desenvolvidas para a sobrevivência de uma espécie que é tanto presa, quanto predadora na natureza”, reforça.
Esse rápido tempo de resposta, segundo a profissional, ajuda os gatos a se defenderem de ataques de outras espécies, como as cobras, por exemplo, mas, também, na habilidade de caça de pequenos animais com alta velocidade de fuga, como as aves e os roedores. “Filhotes muitos jovens, nas primeiras semanas de vida, possuem uma capacidade de reação mais baixa, conforme vão desenvolvendo melhor sua acuidade visual e cognitiva, desenvolvem adequadamente a alta resposta de reação. Em contrapartida, gatos idosos também vão apresentar menor acuidade visual e cognitiva, podendo ter uma diminuição neste tempo de resposta”, informa.
Mas é preciso atenção!
Bruna declara que alguns gatos domésticos podem não apresentar um bom sinal de reação por não terem sido criados em um ambiente de ameaça em que precisam estar atentos às reações de resposta. “Isso não significa que não são capazes de fazê-los. Porém, algumas doenças oculares e neurológicas podem fazer com que o gato apresente baixa resposta de reação à ameaça. Caso isso aconteça, o felino deve ser avaliado por um veterinário”, recomenda.
Para finalizar, a veterinária destaca que, embora os gatos sejam muito ágeis, com altas habilidades de caça e de fuga, eles também estão a mercê de sofrerem acidentes. “Seja de carro, maus-tratos ou acidentes com animais peçonhentos. Especialmente porque os gatos domésticos podem ter uma índole ingênua. Portanto, sempre vale lembrar a importância da posse responsável: Mantenha seus gatos domiciliados para que fiquem seguros de acidentes”, frisa.
