É satisfatório, para o médico-veterinário e para o cliente, ver um hospital funcionando, recebendo pacientes e com estrutura para melhor atendê-los. Mas, como funciona, realmente, um hospital? Como ele deve ser estruturado e o que o diferencia de uma clínica?
O médico-veterinário e vice presidente da Associação Brasileira de Hospitais Veterinários (ABHV), Marcelus Natal Sanson, diz que, para fazer para um hospital funcionar, é importante ter, pelo menos, um projeto que seja compatível com as exigências do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Para ele, há alguns desafios para criar e manter um bom hospital: “é preciso estar continuamente atualizado, com inovações e renovações contínuas; ajustar questões importantes, como os processos de gestão em todas as áreas; se adequar continuamente a questões tributárias e trabalhistas, além de ter uma equipe periodicamente treinada e focar muito no bem-estar”.
De acordo com o médico-veterinário, fundador e diretor do Hospital Animal Planet – que completa 20 anos em 2022 – e diretor da ABHV, Paulo Côrte Neto, o primeiro passo é entrar em contato com o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) do Estado em questão e verificar todos os documentos para a montagem de um hospital, pois há uma legislação para isso. “Nessa legislação, encontra-se as diretrizes de tudo o que o prédio precisa ter. Depois, é preciso contratar arquiteto e engenheiro civil especializados na área da saúde, para que implantem o sistema de acordo com as metragens, tamanhos, fluxos de contaminações, blocos cirúrgicos. Lembrando que, para ser hospital, tem que ter horário de funcionamento 24h, e na legislação tem o que precisa oferecer de serviços”, diz.
Neto afirma que também é preciso alvará da prefeitura. “É necessário averiguar se a prefeitura permite que, naquele local, seja construído um hospital, verificar espaços de estacionamento, além de outros detalhes importantes”.
A médica-veterinária, fundadora da rede de hospital veterinário Pet Care, Carla Berl, diz que, para ela, o processo para criação da primeira unidade foi demorado. “Primeiro passei um período em um grande hospital nos Estados Unidos. Na volta, trabalhei por 11 anos em uma clínica veterinária. Estes dois processos me ajudaram a formatar aonde eu queria chegar e como, pois, para mim, era muito importante ter a visão de como o negócio deve se comportar na prática na gestão de todos os processos: oferecer medicina de qualidade, ambiente de trabalho de um time, estratégia de compras, equipamentos e insumos, qual seria o melhor local estrategicamente falando e para qual público-alvo”, afirma.
Hospital ou clínica?
“É totalmente recomendado que qualquer profissional que deseje empreender, tenha o contato com o CRMV local para se informar sobre as prerrogativas e necessidades de cada uma das opções a serem validadas para se tornar um hospital ou clínica. Basicamente, o hospital exige muito mais requisitos que a clínica”, diz Sanson.
Carla detalha que, para ser considerado hospital precisa funcionar 24 horas, como já citado, oferecer todos os serviços clínicos cirúrgicos, diagnóstico por imagem e laboratorial emergencial.
A médica-veterinária e gerente clínica do Veros Hospital Veterinário, Danielle Gonçalves Silveira, acrescenta que, do ponto de vista prático, as clínicas, normalmente, têm horários de funcionamento bem definidos, são estruturas preparadas para atendimentos corriqueiros e menos críticos, apesar disso, algumas clínicas possuem bons centros cirúrgicos para procedimentos de baixa complexidade. “Já os hospitais são mais complexos, possuem uma gama de exames à disposição do veterinário e cliente 24 horas, possuem internação e equipamentos de suporte à vida para diversos tipos de intercorrências mais graves. E do ponto de vista regulamentar, cada um possui uma resolução diferente no CRMV”.
Segundo ela, além de um veterinário disponível 24 horas para atendimento e internação, algumas instalações são obrigatórias segundo a normativa. “Por exemplo: sala de espera, consultórios, centro cirúrgico (que precisa de uma sala de esterilização de materiais, antecâmara para assepsia, equipamentos para anestesia geral e ressuscitador). Além do período integral de funcionamento, deve ter área de descanso para o colaborador”.
Clique aqui para ler, gratuitamente, a reportagem completa em nossa revista on-line.
Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Médica-veterinária fala sobre esporotricose e melhor opção de tratamento
Estudo indica que cada brasileiro joga, em média, 16 quilos de plásticos no oceano ao ano
USP e Prefeitura de São Paulo firmam convênio para oferecer tratamento gratuito a cães e gatos