O mercado pet food vem crescendo exponencialmente e, com isso, novas formas de alimentação tem se tornado possíveis, incluindo a utilização de alimentos úmidos e de alimentos caseiros como parte da dieta e não somente como um agrado.
Alimentos comerciais úmidos e alimentos caseiros (também conhecidos como alimentação natural) possuem em torno de 60 a 87% de umidade e alta palatabilidade, todavia, apresentam uma durabilidade menor em decorrência dos métodos de processamento1.
Já alimentos secos possuem, no máximo, 11% de umidade e são muito utilizados pela sua praticidade, maior durabilidade e menor custo quando comparados aos alimentos úmidos2. A associação destes dois tipos de alimentos chama-se mix feeding, ou alimentação mista em português.
Devido ao alto teor de umidade, o fornecimento diário de sachês, latinhas ou de alimentação natural aumenta a ingestão hídrica do animal, o que é benéfico, principalmente, para gatos que tendem a ingerir menos água ao longo do dia. Em um estudo de Buckley et al (2011)3, no qual avaliou-se a ingestão de líquidos diária em diferentes tipos de dieta, observou-se que gatos que consumiram dietas com 73% de umidade tiveram ingestão líquida diária maior do que aqueles que consumiram alimentos com menor teor de umidade. O aumento da ingestão hídrica resultou em menor densidade urinária e menor risco de formação de urólitos de oxalato de cálcio.
A utilização do mix feeding também vem ganhando espaço entre os tutores de animais mais seletivos, já que a mistura de texturas e aromas torna o alimento mais atrativo. Além disso, animais convalescentes e em hiporexia também podem se beneficiar da prática pelo aumento da palatabilidade do alimento, tornando mais fácil que o paciente volte a comer de forma voluntária4.
Além de auxiliar no manejo alimentar de cães e gatos mais seletivos, a alimentação mista também pode ser utilizada em programas de perda de peso e na dieta de animais mais glutões, já que alimentos úmidos ou caseiros apresentam uma densidade calórica baixa. Em vista disso, a associação desses alimentos com os secos aumentará consideravelmente o volume a ser fornecido por dia gerando mais saciedade quando comparado ao alimento seco fornecido de forma isolada5.
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Referências
- CRANE, Stephen W. et al. 2010. “Commercial pet foods.” In: Small Animal Clinical Nutrition, edited by M.S. Hand, C.D. Thatcher, R.L. Remillard, P. Roudebush and B.J. Novotny, 157–190.
- FASCETTI, Andrea J.; DELANEY, Sean J. 2012. “Commercial and Home-Prepared Diets” In: Applied veterinary clinical nutrition, edited by John Wiley & Sons, 95-107.
- BUCKLEY, Catherine M.F. et al. Effect of dietary water intake on urinary output, specific gravity and relative supersaturation for calcium oxalate and struvite in the cat. British journal of nutrition, v. 106, n. S1, p. 128-130, 2011.
- FREEMAN, Lisa M. Interventional nutrition for cardiac disease. Clinical techniques in small animal practice, v. 13, n. 4, p. 232-237, 1998.
- WEI, Alfreda et al. Effect of water content in a canned food on voluntary food intake and body weight in cats. American journal of veterinary research, v. 72, n. 7, p. 918-923, 2011.
- NRC- National Research Council. Nutrient requirements of dogs and cats. Washington, D.C: National Academy Press, 2006.
- FEDIAF. Nutritional Guidelines for Complete and Complementary Pet Food for Cats and Dogs, 2020.
- VENDRAMINI, Thiago Henrique Annibale et al. Homemade versus extruded and wet commercial diets for dogs: Cost comparison. Plos one, v. 15, n. 7, 2020.]
- Freeman L et al. WSAVA nutritional assessment guidelines. J Small Anim Pract, v. 52, p. 254–632, 2011.