Desenvolvida para promover conscientização e esclarecimento sobre a importância dos cuidados com a saúde renal, a Campanha Março Amarelo Pet visa alertar os tutores sobre diversas enfermidades, como a Doença Renal Crônica (DRC), que podem afetar os animais de estimação.
Mais comum do que se imagina, a DRC é uma condição que acomete cães e gatos, sendo mais frequente em animais idosos, porém, pets mais jovens também podem apresentar essa doença – muitas vezes por conta de alterações genéticas. De acordo com o médico-veterinário da Vetnil, Kauê Ribeiro, o diagnóstico precoce da doença é o melhor caminho para aumentar a longevidade e manter a qualidade de vida dos pets.
“A Doença Renal Crônica acomete uma parte muito maior dos cães e gatos do que imaginamos e costuma ser silenciosa nos estágios iniciais. Além disso, existem algumas condições ou enfermidades pré-existentes que contribuem para que ela se desenvolva. Por esses motivos, é de extrema importância adotar o hábito de consultas frequentes com o médico-veterinário de confiança, que fará avaliações e poderá solicitar exames para o diagnóstico e acompanhamento. A partir disso, muitas vezes, é necessária a consulta de um especialista, tanto nefrologista quanto nutrólogo, para confirmação de diagnóstico, tratamento e acompanhamento clínico. Quanto antes descoberta, mais rápido é possível adotar medidas que controlem os sinais da doença e maiores são as chances de o pet viver por mais tempo, com uma rotina normal”, esclarece Ribeiro.
O que é a Doença Renal Crônica (DRC) em cães e gatos?
A Doença Renal Crônica (DRC) em cães e gatos é uma enfermidade silenciosa, irreversível e progressiva, na qual há um comprometimento da funcionalidade dos rins. Ela pode ser classificada em quatro estágios, com sintomas iniciais comuns a outras doenças, o que, por vezes, pode não despertar a atenção dos tutores para algo que futuramente será mais grave. Os indícios podem começar com o aumento da ingestão de água (polidipsia) e volume e frequência de urina (poliúria), apatia, redução do apetite e, consequentemente, perda de peso, além de importante perda de massa muscular, evoluindo para outros sinais clínicos, como vômitos, úlceras orais e sinais neurológicos, que indicam um avanço considerável da condição.
“Cada animal pode apresentar manifestações clínicas e necessidades específicas, demandando tratamentos individualizados, que somente um médico-veterinário é capaz de avaliar e prescrever. Conforme a doença avança, o pet precisa de acompanhamentos mais frequentes para que se faça a avaliação física, verificando seu peso, condição de massa muscular, deposição de gordura e nível de hidratação, além de exames laboratoriais, tanto de sangue como de urina, para se monitorar a progressão ou estabilidade da doença. Dependendo da condição do pet, pode existir a necessidade de internação para estabilização do quadro”, destaca Ribeiro.
Como prevenir a DRC em cães e gatos?
Sobre as questões de prevenção da DRC em cães e gatos, o veterinário da Vetnil explica que existem alguns fatores que podem aumentar as chances de desenvolvimento da doença, como: envelhecimento, doença periodontal e leishmaniose. Pets que se enquadram nessas condições necessitam de ainda mais atenção.
“Muitas vezes, não será possível prevenir a doença, principalmente quando falamos de questões como o envelhecimento, por se tratar de um processo natural. No entanto, animais idosos, por exemplo, podem ter um acompanhamento mais frequente com o Médico-Veterinário de confiança e receber alimentos específicos para sua faixa etária e estágio da DRC, com o objetivo de retardar a progressão da doença e minimizar os sinais clínicos”, ressalta Ribeiro.
Quanto às doenças periodontais, responsáveis por desencadear outras enfermidades, como a DRC, o veterinário da Vetnil destaca a escovação frequente dos dentes e a remoção do tártaro como medidas básicas de cuidados, sendo importante também o acompanhamento de um odontologista veterinário.
“Aos que residem em regiões com alta incidência da leishmaniose, a atenção às manifestações clínicas dessa doença e a procura imediata ao médico-veterinário, que poderá conduzir um tratamento adequado, tende a evitar complicações futuras aos rins”, conclui.
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