A fim de proteger a vida animal de micos-leões-dourados, a prefeitura do Rio de Janeiro desenvolveu um novo projeto em uma das rodovias do Estado que tem ajudado na preservação desses bichos.
Como o Rio de Janeiro é o único lugar do mundo onde essa espécie ainda existe na natureza, o governo resolveu construir um viaduto para reduzir o número de acidentes. Segundo informações divulgadas no portal G1, são cerca de 2,5 mil animais espalhados por oito municípios fluminenses. Eles vivem isolados em grupos e não se comunicam, além disso, se refugiam em ilhas verdes, cercadas principalmente de pastagens, dessa forma, o mico-leão se torna mais vulnerável.
A reprodução da espécie fica restrita aos animais que vivem próximos, com pouca variedade genética. Um dos maiores obstáculos para a livre circulação dos bichos era uma estrada federal, a BR-101.
Em agosto de 2020, o Jornal Nacional mostrou a construção do primeiro viaduto coberto de vegetação numa rodovia federal. Além dessa estrutura, foram instaladas outras 17 passagens subterrâneas e dez passarelas menores sobre as pistas ligando os dois lados da estrada – uma exigência do órgão ambiental para a concessionária que opera a rodovia. Um investimento de aproximadamente R$50 milhões que já está dando resultado.
Já foram avistados os primeiros micos-leões-dourados fazendo a travessia e não estavam sós. Na mesma passarela, foram filmados saguis, cuícas e ouriços-cacheiros. O coordenador de Meio Ambiente da Arteris Fluminense, Marcello Guerreiro, explica que “esse corredor significa a continuidade do céu da floresta, permitindo que os animais que antes estavam separados possam agora cruzar entre si e aumentar a variabilidade genética da população desses indivíduos na paisagem”.
Um ano e sete meses depois da construção do viaduto e do plantio das primeiras de mudas de árvores, a vegetação no local ainda não cresceu o suficiente para garantir segurança à travessia dos micos-leões-dourados. Ainda assim, do jeito que a estrutura se encontra no momento, é intensa a movimentação de animais silvestres nos dois lados da rodovia BR-101.
“É possível ter rodovias, ferrovias e linhas de transmissão, mas é possível também que elas tenham preocupação com a biodiversidade e, por isso, que essas estruturas são tão importantes para o planejamento futuro”, diz o secretário-executivo da Associação Mico-Leão-Dourado, Luís Paulo Ferraz.
Para a concessionária responsável pela rodovia, os resultados beneficiam também os motoristas. “A gente percebeu uma redução bastante substancial com relação a índices de atropelamentos de indivíduos da fauna local e índices de acidentes viários também. Então, a estrutura começa a se mostrar eficaz também para a segurança viária”, afirma o diretor de Operações da Arteris Fluminense, Álisson Freire.
Fonte: G1, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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