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Inovação e Mercado

Importância da atuação do veterinário em desastres ambientais

CRMV-MG destaca trabalho nas aldeias Xakriabá e Yanomami
Por Equipe Cães&Gatos
Por Equipe Cães&Gatos

Desastres ambientais acarretam em danos significativos ao meio ambiente e, em determinados contextos, a várias espécies de animais. E, neste cenário, os médicos-veterinários atuam para reduzir estes danos.

A atuação destes profissionais é de suma importância para garantir a saúde única e o bem-estar dos animais. Por meio da Comissão de Medicina Veterinária em Desastres, o CRMV-MG destaca o trabalho desenvolvido na área por médicos-veterinários, membros da comissão e voluntários.

Conheça alguns casos em que as atuações destes profissionais se destacaram no primeiro semestre do ano de 2023:

Operação em Incêndios Florestais no Chile

O Grupo de Resgate Animal de Belo Horizonte (Grabh) enviou nove socorristas, dentre eles médicos-veterinários, estudantes de Medicina Veterinária e bombeiros civis, para as regiões afetadas no Chile. O governo declarou estado de catástrofe em decorrência de incêndios florestais que atingiram a região centro-sul do país.

O médico-veterinário Aldair Woyames é coordenador da Comitiva de Resgate Animal e explica que os profissionais trabalham de duas maneiras: “A primeira, é fazendo o socorro animal; e, a segunda, é prestando apoio com a medicina do coletivo”, diz e continua: “Nosso objetivo no Chile consistiu em atender urgências e emergências de animais em situação de vulnerabilidade”.

Os profissionais que desejam atuar nesta área podem procurar as universidades que tenham estes tipos de grupos ou ir ao encontro dos Grupos de Resgate Técnico Animal.

Médicos-veterinários atuam para reduzir danos em desastres (Foto: divulgação)

Operação em território Yanomami

O Grupo de Resgate Animais em Desastre (GRAD) esteve em Boa Vista (Roraima), realizando um trabalho com animais domésticos das comunidades indígenas dentro do território Yanomami e nas Casas de Apoio à Saúde Indígena (Casais), destinado aos indígenas que precisam de tratamento e cuidado. Dentro da comunidade, a atuação do GRAD trouxe uma percepção acerca da relação afetuosa dos cães que, nessas regiões, são considerados membros da família.

A médica-veterinária Carla Sássi, que esteve presente na atuação no território Yanomami, conta como foi: “A atuação se dá sempre integrada ao comando do incidente. As ações vão desde o resgate técnico, atendimento clínico, estabelecimento de protocolos sanitários, sempre visando a saúde única. O médico-veterinário consegue ter a visão sistêmica do incidente, vislumbrando as possibilidades de ações que preservem a saúde dos animais, humanos e meio ambiente”.

No total foram atendidos mais de 50 animais nas duas comunidades em que as equipes de voluntários tiveram acesso, além dos animais atendidos na Casais. Todos os animais atendidos pelo GRAD receberam um protocolo sanitário visando, principalmente, o controle de parasitas internos e externos. Receberam, também, complexos vitamínicos para que no primeiro momento tivessem uma oportunidade de melhora.

“Além disso, foi realizado um diagnóstico e estudo da relação dos indígenas com seus animais, a condição clínica, sanitária e epidemiológica desses animais, para que sejam traçadas estratégias a curto, médio e longo prazo. Assim como os humanos, os animais também são seres sencientes e necessitam de assistência. Levando em consideração também, os riscos que aquele ecossistema desequilibrado pode trazer. Com a abordagem técnica aos animais nesses cenários, conseguimos mitigar esses impactos”, comentou.

Ações de Saúde Única no Território Indígena Xakriabá

A Reserva Indígena Xakriabá é considerada a maior população indígena aldeada do estado de Minas Gerais. A população no território possui um longo histórico de impactos referentes à saúde coletiva, frente a uma visão hegemônica de fornecimento aos cuidados primários, principalmente no que tange aspectos de saneamento básico associado ao abastecimento de água adequada para consumo e a ocorrência de doenças e agravos zoonóticos.  

No mês de fevereiro, o médico-veterinário Lucas Belchior atuou em práticas integradas em educação humanitária com os profissionais de saúde, meio ambiente e agropecuária do território.

“Apesar da elevada ocorrência de casos zoonóticos, mas também de doenças associadas à ausência de saneamento básico, o profissional de Medicina Veterinária não consta como um serviço especializado na saúde indígena. Desta forma, existe uma carência de apoio, tanto no âmbito público como privado, nestes territórios, seja na atuação frente às questões de saúde, ambientais e/ou agricultura. Sendo assim, prover o serviço do profissional de Medicina Veterinária em territórios tradicionais é uma questão básica e importante de promoção à saúde coletiva, práticas ecologicamente sustentáveis, justiça social, soberania e segurança alimentar”, explicou.

E como participar das ações?

Os profissionais que tenham interesse em apoiar e capacitar-se nessa área podem entrar em contato com o CRMV-MG e solicitar apoio na comunicação pelo Grupo Técnico de Comunidades Tradicionais. Como os projetos também são executados de forma voluntária, os grupos necessitam de apoio também em insumos básicos, como foi realizado no Território Indígena Xakriabá com o apoio do município de São João das Missões, e de parceiros e patrocinadores.

Fonte: CRMV-MG, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.

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