Valente, um jovem macho de anta, foi uma das vítimas dos incêndios de grandes proporções que atingiram o Pantanal em 2024. O animal foi resgatado em agosto do ano passado pelo Onçafari e voltou ao seu habitat natural no último dia 25 de abril, após oito meses de tratamento e reabilitação na base Caiman Pantanal, no Mato Grosso do Sul.
Hoje, Valente tem pouco mais de um ano de idade, mas, quando foi encontrado por profissionais da ONG, estava em condições bastante debilitadas e com queimaduras graves nas quatro patas. Desde então, a equipe do Onçafari na base Caiman Pantanal vinha se dedicando intensamente aos seus cuidados.
Conforme relata o veterinário do Onçafari, Ricardo Arrais, Valente foi encontrado deitado em uma área totalmente queimada e bastante debilitado. “Foram cerca de cinco meses de tratamento médico intensivo. De agosto a dezembro nos dedicamos assiduamente a melhorar a saúde do Valente. Utilizamos pomadas cicatrizantes, ozonioterapia, laserterapia, pele de tilápia e garantimos todo o conforto térmico para auxiliar na recuperação de suas lesões”, explica.
Após enfrentar todo o tratamento médico, Valente foi transferido para uma área de reabilitação, onde ganhou peso, praticou atividades como caminhada e nado e teve uma rotina intensa de exercícios. “O animal foi acompanhado com muito cuidado e atenção. Em janeiro deste ano, foi transferido para um recinto do Onçafari com 1 hectare de área e características próximas ao seu habitat natural, com acesso à vegetação nativa e a um grande açude, proporcionando oportunidades para o nado. Isso foi essencial para a readaptação dele”, comenta a bióloga e coordenadora de Operações da Base Caiman Pantanal, Lilian Rampim.
Após o período de adaptação, Valente recebeu brincos de rastreamento para que seja possível fazer o monitoramento em seu habitat natural e foi reintroduzido na natureza. “Quando avaliamos que ele estava em forma e apto a se alimentar por conta própria, fugir de predadores ou embate com outras antas, soltamos ele definitivamente na mesma região em que foi resgatado. Agora, seguimos com acompanhamento posterior para entender como está o dia a dia dele, que segue saudável e bastante explorador”, finaliza Ricardo.
Mais de 10 profissionais do Onçafari estiveram unidos no trabalho de resgate, tratamento e soltura do Valente: os veterinários Ricardo Arrais e Camylla Silva Pereira, além de quatro guias de campo e oito biólogos, incluindo Lilian Rampim, que atua também como coordenadora na ONG.
Essa reintrodução de animais na natureza é uma das oito frentes de atuação da ONG Onçafari, que também atua nas frentes de ecoturismo, ciência, social, educação, florestas e anti-incêndio nos quatro biomas brasileiros: Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica.
Por conta das mudanças climáticas, os incêndios no Pantanal estão cada vez mais frequentes e intensos e devastaram mais de 2,6 milhões de hectares no bioma, causando impactos irreparáveis na fauna, flora e nas comunidades locais. Além da região da base Caiman Pantanal, em que Valente foi resgatado, as reservas geridas pelo Onçafari, Santa Sofia (MS) e São Francisco do Perigara (MT), também foram atingidas pelo fogo.
Fonte: Onçafari, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
FAQ
Quem é Valente e o que aconteceu com ele?
Valente é uma anta resgatada no Pantanal em 2024 com queimaduras graves causadas por incêndios.
Como foi a recuperação de Valente?
Ele passou por cinco meses de tratamento intensivo e três de reabilitação até ser reintroduzido na natureza.
O que o Onçafari faz além do resgate de animais?
A ONG atua em oito frentes, como ecoturismo, ciência, educação, reflorestamento e combate a incêndios.
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