Com a chegada do inverno, aumenta a preocupação com a infestação de alguns tipos de pragas urbanas. O clima frio provoca o comportamento natural de animais sinantrópicos, como ratos, que procuram abrigo dentro das casas, em busca de temperaturas confortáveis, boa oferta de alimentos e um local seguro para morar e procriar. Essa invasão pode ser nociva à saúde de pessoas e, principalmente, dos pets, que são estimulados a interagir com esses roedores.
De acordo com a coordenadora do curso de Medicina Veterinária, da Faculdade Anhanguera, Janaína Duarte, são inúmeras as doenças que podem ser transmitidas nesses encontros e a principal delas é a leptospirose, provocada por uma bactéria presente na urina do rato, que pode causar a morte de seres humanos e animais domésticos. “Por instinto, cães e gatos podem atacar ou caçar esses pequenos invasores e ficam expostos ao risco de contaminação”, explica Janaína.
A leptospirose é uma zoonose infecciosa aguda potencialmente grave que causa lesões crônicas. O contágio pode ocorrer por meio do contato com água (caixas de esgoto, chuvas) ou solo úmido (lama, barro em enchentes) contaminados. “A bactéria pode estar presente no sangue dos roedores, portanto, é preciso tomar cuidado caso o seu pet ataque um rato”, alerta. “Além disso, esses animais podem ter ingerido raticidas e, indiretamente, intoxicarem os pets após contato pela mordida ou, até, pela ingestão dos mesmos”, completa.
Segundo a acadêmica, em casos de mordidas ou arranhões, é importante lavar as regiões que entraram em contato com o roedor com água e sabão neutro e, em seguida, levar o animal para avaliação de um médico-veterinário. Esse contato pode ocasionar outras doenças como a raiva, sarnas e micoses, triquinose e salmonelose, por exemplo. “Dependendo da gravidade da situação, somente um profissional qualificado poderá realizar curativos e receitar remédios para o tratamento adequado”, completa a especialista.
A coordenadora elenca as principais dicas para evitar encontros indesejados entre pets e animais sinantrópicos:
- Limpeza – Recolher o lixo diariamente e manter as áreas da casa limpas pode evitar que ratos sejam atraídos para o ambiente doméstico. Materiais de construção, como tijolos e telhas, latas de lixo abertas e outros itens abandonados em quintais podem se tornar o abrigo ideal para pequenos roedores.
- Alimentação – Rações a granel não são recomendadas para armazenagem. É preciso que os restos de comida dos pets sejam devidamente descartados, assim como a embalagem de petiscos e pacotes de ração. A água dos pets também deve ser trocada diariamente.
- Felinos – Embora sejam mais resistentes à leptospirose, os gatos devem ser desestimulados a caçar roedores, pois podem contrair essa e outras enfermidades. Assim como com os cães, o adestramento com um profissional para evitar esse comportamento pode ser uma alternativa.
- Vedação – Os roedores conseguem circular em tubulações de esgotos e encanamento. É aconselhável instalar telas e grades de proteção em ralos, assim como conferir periodicamente se as peças estão com boa fixação e firmeza. Portas com rodos também garantem a vedação completa na parte inferior do lar.
- Vacinação – A carteira de vacinação dos pets deve estar sempre em dia. A vacina múltipla polivalente imuniza o pet contra leptospirose e outras enfermidades, portanto, é necessário manter a atualização da rotina médica-veterinária dos animais.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Médica-veterinária fala sobre esporotricose e melhor opção de tratamento
Estudo indica que cada brasileiro joga, em média, 16 quilos de plásticos no oceano ao ano
USP e Prefeitura de São Paulo firmam convênio para oferecer tratamento gratuito a cães e gatos