A guarda compartilhada de animais de estimação, embora seja uma solução prática para muitos tutores, vai muito além das questões legais e pode apresentar desafios significativos para o bem-estar dos pets. Em muitos casos, a mudança de rotina e o deslocamento frequente entre as residências podem impactar a saúde e o comportamento dos animais que nem sempre são evidentes para os tutores.
O coordenador do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), Victor Carnaúba e a advogada acadêmica de Medicina Veterinária do UDF, Katherine Sousa, destacam a importância de algumas ações para garantir que a guarda compartilhada não afete negativamente os animais. “Os tutores devem estabelecer e manter um bom relacionamento entre si, porque os animais são serem sencientes e sentirão todos os impactos das mudanças em suas rotinas e ambientes. A tensão e a falta de comunicação entre os responsáveis podem levar a problemas comportamentais e de saúde”, alertam os especialistas.
Os riscos associados à guarda compartilhada incluem a dificuldade em monitorar sinais de desconforto ou doenças, já que os animais frequentemente mascaram seus sintomas até que o problema se torne grave.
Para minimizar o impacto negativo da guarda compartilhada, é crucial que os tutores se esforcem para manter a consistência entre as residências. Manter o ambiente dos animais o mais semelhante possível em ambos os lares, incluindo itens como camas, vasilhames e brinquedos, pode ajudar a reduzir o estresse associado à mudança. Além disso, distribuir objetos com os cheiros conhecidos dos pets entre os tutores oferece um senso de continuidade e segurança.
Carnaúba sugere, também, que para reverter possíveis mal-estares, os tutores devem adotar algumas técnicas. “Oferecer atenção e carinho extra, criar um ambiente calmo e seguro, e investir em enriquecimento ambiental, como brinquedos interativos e exercícios regulares, são estratégias eficazes”, recomenda. Outro ponto importante é consultar um médico veterinário ou comportamentalista animal, que pode ser útil para adaptar o ambiente e resolver problemas comportamentais.
A guarda compartilhada de pets, quando gerida de maneira cuidadosa e informada, pode ser uma solução viável e benéfica para os tutores e para o animal de estimação. No entanto, garantir uma transição suave entre os lares e manter uma comunicação aberta e eficaz são essenciais para proteger a saúde física e emocional dos pets. “Ao implementar estratégias para minimizar o estresse e assegurar um ambiente estável, os tutores tornam a guarda compartilhada uma experiência positiva para todos os envolvidos”, conclui Carnaúba.
Fonte: Centro Universitário do Distrito Federal, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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