O tema da Associação Mundial de Veterinária para o Dia Mundial da Medicina Veterinária deste ano destaca a importância destes profissionais. Sem veterinários, a segurança do alimento não pode ser garantida, os animais sofrem desnecessariamente e os humanos enfrentam um risco maior de exposição a doenças infecciosas perigosas. No entanto, o acesso aos cuidados veterinários não deve ser dado como garantido, já que muitos veterinários consideram deixar a carreira, mais frequentemente devido a motivos relacionados ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e à sua saúde mental.
No dia 26 de abril, a Boehringer Ingelheim divulgou resultados de uma pesquisa com 1056 veterinários de animais de companhia, de criação e equinos nos Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França, Brasil e Alemanha para explorar se os veterinários se sentem valorizados e compreendidos pelos proprietários de animais. Uma das principais descobertas do estudo, realizado em parceria com a Kynetec, é que apenas 49% dos veterinários sentem que a profissão veterinária em geral é apreciada.
Sendo a profissão com maior taxa de suicídios no Brasil, segundo dados do SUS, com acesso a cuidados de saúde mental ainda deficitário, é importante reconhecer que esses profissionais lidam diariamente com situações limite que podem desencadear crises de ansiedade e depressão. A Dra. Joelma Ruiz, psicóloga brasileira especialista em cuidados de saúde mental para veterinários, destaca que “é crucial reconhecer que os veterinários não são super-heróis sempre disponíveis. Eles são indivíduos que sentem profundamente o impacto do cuidado e lidam com a perda de pacientes. São seres humanos que experimentam uma gama completa de emoções. Muitas vezes, a sociedade os idealiza como heróis infalíveis, mas é fundamental desmistificar essa ideia. Os veterinários também precisam de cuidado e apoio emocional”.
Os níveis percebidos de apreciação pela profissão veterinária foram relativamente consistentes em diferentes tipos de equipes veterinárias, com apenas 48% dos profissionais veterinários focados em animais de estimação (gatos e cães), 55% de criação e 42% de profissionais veterinários equinos relatando que sua profissão é apreciada.
Ainda de acordo com Joelma, promover a segurança psicológica e um senso de pertencimento no local de trabalho não apenas melhora o bem-estar individual, mas, também, contribui para a qualidade do cuidado prestado aos animais e para a saúde global da equipe veterinária. “É importante perceber o quanto essa profissão pode representar um desgaste emocional, físico, mental, e enfatizar o quanto é importante que eles cuidem de si mesmos. É fundamental cuidar de quem cuida. Precisamos mostrar que os veterinários também precisam de cuidado, pausas e descanso”, conclui.
“Reconhecer a importância dos veterinários é fundamental. Eles estão na linha de frente da saúde integrada por contribuírem ativamente com a prevenção das zoonoses”, observa Xavier Andivia, Presidente de Saúde Animal da Boehringer Ingelheim no Brasil. “Sabendo dessa relevância, colocamos esse profissional no centro das nossas comunicações, seja em congressos, no desenvolvimento de inovações ou na televisão, valorizando a sua expertise e compromisso em manter a saúde dos animais e, direta ou indiretamente, das nossas famílias”.
O Dia Mundial da Medicina Veterinária deste ano destaca não apenas a grande importância dos veterinários na garantia da segurança alimentar, no cuidado dos animais e na prevenção de doenças infecciosas, mas, também, as dificuldades enfrentadas por esses profissionais em seu dia a dia. A pesquisa divulgada pela Boehringer Ingelheim evidencia a necessidade urgente de reconhecer e apreciar a profissão veterinária, bem como de fornecer apoio adequado à saúde mental desses profissionais. Em última análise, cuidar daqueles que cuidam é essencial para o bem-estar de todos os envolvidos na saúde animal e global.
Fonte: Boehringer Ingelheim, adaptado pela equipe Cães e Gatos.
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