Entre 2016 e 2021, a população de gatos presentes nos lares brasileiros aumentou 16%, de acordo com pesquisa da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan). Na ocasião, a pesquisa somou 27 milhões de felinos.
“O gato se adapta ao modo de vida moderno, no qual as pessoas têm pouco tempo e espaço em suas casas, pois é um animal independente. Essa é uma das razões para que ele esteja cada vez mais presente nos lares do Brasil e do mundo”, comenta Alessandra Bentes, médica-veterinária e Coordenadora de Serviços Técnicos da Zoetis.
O aumento da população felina é um fenômeno mundial. Nos EUA, segundo o mesmo levantamento, em 2021 a população felina era de 65 milhões de indivíduos e desde o final da década de 1990, vem crescendo. Na China, houve um aumento de 148% e a tendência deve se manter, conforme indicam estudos de diferentes fontes.
Curiosamente, as mesmas pesquisas mostram que esse incremento não se reflete no número de consultas ao médico-veterinário, que até diminuiu nos últimos anos. Uma das principais razões apontadas pelos especialistas é o estresse e o medo que acometem os bichanos e que se refletem nos tutores e até nos veterinários, nem sempre preparados para lidar com as particularidades dos bichos.
Atenta a essas mudanças, a Zoetis, criou o Pulo do Gato, uma ação educativa que visa difundir o conhecimento sobre o comportamento dos felinos para seu público interno, o que ajuda a entender as necessidades desses animais e desenvolver produtos cada vez mais eficazes, e para médicos veterinários e tutores.
“Os gatos são animais muito apegados à rotina, por isso a visita ao veterinário pode estressá-los. Porém é perfeitamente possível reduzir esse desconforto com algumas medidas que o tutor e, em especial, as clínicas veterinárias podem adotar para que a visita do felino seja mais tranquila. Esse é um dos temas que abordamos no Pulo do Gato, com o propósito aumentar o conhecimento a respeito dos felinos, além de desenvolver produtos específicos para o atendimento das necessidades deles”, explica Bentes.
Cat friendly pratice
A ação da Zoetis está baseada no conceito Cat Friendly Pratice, que prioriza o bem-estar dos felinos, seja no manejo, ambiência e demais aspectos que envolvem os cuidados com o pet.
Autoridade no tema, o médico-veterinário Alexandre Daniel conta sobre as origens da denominação Cat Friendly. “No início dos anos 2.000 o mercado americano teve um boom enorme no número de gatos, em 10 anos, houve um aumento de 25% nessa população. No entanto, as clínicas e hospitais veterinárias não viram o número de pacientes felinos aumentar de maneira concomitante nesses estabelecimentos. Ao contrário, houve redução. Foram feitas pesquisas de mercado gigantescas que mostraram que o dono do gato tinha medo de levar o animal ao veterinário porque os ambientes não estavam preparados, os veterinários e as equipes não utilizavam técnicas de manejo e contenção amigáveis de gatos, não existia Medicina Preventiva, dentre outras razões que, gradualmente, afastaram os felinos desses espaços.”
A partir dessas constatações, a Associação Americana de Veterinários de Felinos desenvolveu, em conjunto com outras entidades, programas de melhorias para ambientes e preparo de equipes para atender o gato de maneira mais amigável. Lançados e patenteados em 2011, esses programas são internacionalmente conhecidos como Cat Friendly Pratice, conforme explica o médico veterinário.
Embora o cão ainda seja predominante, o crescimento percentual do gato, por ano, é quase o dobro em relação ao cão no Brasil, e há projeções de que ultrapasse os cachorros como espécie preferida, a exemplo do que ocorreu na maioria dos países do hemisfério norte, que já tem mais felinos desde o final da década de 1990. Por isso é importante que os veterinários se preparem para atender os bichanos.
Essa transformação do mercado pet gera reflexos para toda a cadeia produtiva. O doutor Daniel lembra que “a indústria está cada vez mais preparada e empenhada em mostrar ao consumidor final que o gato é importante”. “Diversas empresas estão desenvolvendo portfólios e campanhas específicos para felinos e nos cursos de medicina veterinária, os alunos saem curiosos em aprender mais sobre esses animais. Há um crescimento gigantesco desse segmento e não se trata de um movimento passageiro”, sintetiza o especialista.
Algumas dicas para clínicas veterinárias mais amigáveis aos gatos
- A sala de espera deve ser exclusiva para gatos, sem outras espécies animais;
- O ambiente deve ser limpo com regularidade e livre de odores, atentando-se para a utilização de produtos de limpeza seguros para pet;
- Trocar regularmente a areia das caixas de areia e mantê-la fresca;
- Mesmo em um espaço só para gatos, é importante manter os indivíduos separados, podem ser utilizadas divisórias ou gaiolas para essa finalidade;
- Colocar almofadas ou cobertores com o cheiro do gato dentro da caixa de transporte;
- Uso de manta cobrindo a caixa, para o descanso dos felinos na sala de espera;
- A caixa de transporte do gato deve sempre ser colocada em um nível acima do chão.
Fonte: Zoetis, adaptado pela Equipe Cães e Gatos.
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