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Pets e Curiosidades

Quais os impactos da poluição nos pets que vivem nas grandes cidades?

A poluição pode causar diversos danos à saúde dos animais de estimação e é prejudicial, especialmente, para o sistema respiratório. Alguns cuidados diários podem ajudar a prevenir esses problemas
Por Danielle Assis
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Por Danielle Assis

Principalmente nas grandes cidades, os impactos da poluição na saúde e no meio ambiente são um tema muito abordado devido aos seus malefícios. Porém, eles também fazem mal para os animais de estimação? 

A exposição contínua a inalantes irritantes, que estão presentes na poluição, causa uma série de reações inflamatórias (Foto: reprodução)

Segundo a médica-veterinária com especialização em pneumologia veterinária, Bárbara Cristina Tomoto Farrapo, a exposição dos animais a poluentes aéreos pode sim desencadear algumas doenças respiratórias. 

“A exposição contínua a inalantes irritantes, que estão presentes na poluição, causa uma série de reações inflamatórias, danos ao epitélio e acúmulo de muco no sistema respiratório, que podem levar a enfermidades agudas ou crônicas. As mais comuns são a bronquite crônica e asma felina”, comenta.

A asma felina é a principal doença inflamatória que acomete o trato respiratório de gatos domésticos. Sua prevalência é de 1% a 5% e a enfermidade atinge, geralmente, os animais jovens (ALMEIDA et al., 2024). 

Já a bronquite crônica é uma doença de alta ocorrência nos cães. Não possui cura e ocorre, principalmente, em animais de meia idade ou idosos de porte pequeno. Os três fatores etiológicos considerados mais importantes no seu desenvolvimento são exposição a fumaça de cigarro, poluição atmosférica e presença infecções (FILHO et al., 2019).

Outros malefícios da poluição na saúde dos pets, conforme afirma a profissional, são reações alérgicas e ressecamento de mucosas. 

Sintomas dos danos causados pela poluição na saúde dos animais 

Não é fácil de identificar os danos da poluição na saúde dos cães e gatos, pois nem sempre sinais clínicos são claros. Bárbara comenta que os sintomas das enfermidades podem ser inespecíficos, como perda de apetite, apatia e prostração, ou específicos. “Os sinais clínicos sugestivos de comprometimento respiratório incluem intolerância ao exercício, dificuldade respiratória, cansaço, tosse, espirros e secreção nasal”.

É preciso tomar cuidado com o uso de umidificadores de ambiente. “Os umidificadores são benéficos desde que utilizados com cautela e quando a umidade relativa do ar estiver abaixo de 50% (Foto: reprodução)

Além disso, ainda de acordo com a doutora, os animais que já possuem doenças respiratórias crônicas são os mais vulneráveis a crises e complicações em decorrência das reações causadas pela inalação de poluentes.

Os pets braquicefálicos, como pugs, buldogs, shih-tzus e persas, também são considerados grupos de risco. “Os cães e gatos braquicefálicos, comumente, apresentam alterações estruturais obstrutivas de vias aéreas, ou seja, obstruções na entrada e fluxo de ar no sistema respiratório. Essa anatomia, consequentemente, os torna mais vulneráveis e intolerantes a inalação de poluentes aéreos”, afirma a profissional.

Como evitar esses problemas? 

De um modo geral, Farrapo esclarece que a melhor maneira de prevenir o impacto da poluição na saúde dos pets é manter a imunidade e a saúde preventiva em dia. “É importante fornecer alimentação de qualidade, garantir uma boa hidratação, realizar consultas veterinárias de rotina e deixar o protocolo vacinal atualizado”.

Tentar evitar o contato direto e contínuo com agentes poluentes também faz a diferença. A médica-veterinária cita que, se possível, não se deve frequentar grandes centros ou áreas com maior densidade de poluentes, como as industriais. Outro cuidado é dar preferência para passeios em horários e locais mais ventilados e arejados. 

“A limpeza frequente dos ambientes em que o animal mais frequenta ajuda a prevenir as doenças respiratórias, assim como garantir uma boa umidificação do espaço”, complementa. 

É importante dar preferência para passeios em horários e locais mais ventilados e arejados (Foto: reprodução)

No entanto, é preciso tomar cuidado com o uso de umidificadores de ambiente. “Os umidificadores são benéficos desde que utilizados com cautela e quando a umidade relativa do ar estiver abaixo de 50%. O ideal é apenas deixá-los ligados poucas horas por dia e somente se houver a indicação de um médico-veterinário, especialmente em caso de animais que têm alguma doença pré-existente”, explica a profissional. 

Para finalizar, Bárbara comenta que a fumaça dos cigarros, sejam eles eletrônicos ou tradicionais, também é considerada um poluente e os pets que convivem com pessoas que fumam são classificados como fumantes passivos. “Tanto a nicotina, quanto outras substâncias químicas presentes no cigarro, se inaladas a longo prazo podem desencadear crises e exacerbações de doenças pré-existentes e predispor o desenvolvimento de alergias, pneumonias e câncer nasal e pulmonar”, encerra.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Raíssa Vianna et al. Aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos da asma felina: Revisão de literatura. Research, Society and Development, v. 13, n. 1, 2024.

FILHO, Mário dos Santos et al. Bronquite crônica canina –revisão de literatura. Universidade Federal Rural de Pernambuco, v. 13, n. 3, p. 329 – 337, Recife, 2019.  

FAQ

O que a poluição causa nos animais de estimação?
Assim como acontece com os seres humanos, a poluição pode gerar uma série de danos na saúde dos pets. Os principais estão relacionados ao trato respiratório e, se não prevenidos, podem levar a doenças crônicas.

Qual o melhor período para levar os animais passearem visando evitar a poluição?
Os passeios pela manhã são os mais recomendados para os animais de estimação em diversos aspectos. Contudo, pensando nos impactos da poluição, o mais importante é dar preferência para ambientes arejados e com boa circulação de ar.

Fumar perto do meu pet pode ser prejudicial para a saúde dele?
Sim, os impactos do cigarro nos animais são similares ao dos seres humanos. Com isso, o ideal é evitar fumar perto dos cães ou gatos para que eles não se tornem fumantes passivos e desenvolvam doenças relacionadas a nicotina.

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