As festas de final de ano estão se aproximando e, com elas, o medo dos pets e a preocupação dos tutores com os fogos de artifícios, que costumam causar sérios problemas aos animais e, em algumas ocasiões, até mesmo, a morte. Diante disso, a professora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Braz Cubas, Carolina Vieira Bondan, orienta e dá dicas de como proteger os animais neste período.
O motivo de os pets tenderem a sofrer mais com a queima de fogos ocorre por terem uma audição mais aguçada do que a dos humanos e, ainda, por sentirem muito mais a vibração. Durante esse período eles podem ter reações diversas, inclusive resultando e em traumas nos animais e tutores. Segundo Carolina Vieira Bondan, que é médica-veterinária, o ouvido canino capta sons na frequência entre 10 e 40.000 Hertz, já o do ser humano absorve entre 20 e 20.000 Hertz, o que torna a audição dos pets muito mais sensível.
“Se um rojão estourar próximo ao cão pode causar danos permanentes à audição do animal. E os principais sinais clínicos que os cães podem apresentar são: ansiedade, andar compulsivo, vocalização excessiva, taquicardia, taquipneia e, em casos extremos, óbito”, explica Carolina.
Para diminuir ou evitar que os pets sofram nestes períodos são necessários alguns cuidados e atenções: não deixe o animal sozinho durante o período de queima de fogos; evite tirá-lo de casa e levá-lo para ambientes estranhos; mantenha portas e janelas fechadas para abafar o som; evite levá-lo para a rua durante a queima de fogos;
“O ideal é ficarem todos em casa, deixar um barulho ambiente de TV ou música para que o animal esteja acostumado a ouvir, tentando disfarçar um pouco o barulho dos fogos. Também é preciso ter cuidado com locais com piscinas, pois em um ato de desespero os animais podem cair na piscina e se afogar”, salienta a profissional que ainda destaca: “Atenção para portões com lanças e cercas de arame, o animal pode tentar fugir e se machucar”.
Os tutores devem ter sempre um local acolhedor que eles possam escolher ficar durante esse período, segundo a veterinária. “Alguns procuram se esconder debaixo da cama, outros vão para o box do banheiro, debaixo da mesa. Se o animal escolher um local seguro para se refugiar, respeite aquele momento dele”, explica.
Fique presente, mas não o estresse mais tentando tirá-lo do seu refúgio! A docente destaca, ainda, que se o tutor sabe que seu animal fica muito incomodado com os sons dos fogos é recomendado procurar um médico-veterinário para avaliar a necessidade de usar um medicamento tranquilizante. “Tais medicações, que só podem ser administradas com prescrição médica, podem ajudar o pet a passar por esse momento com mais calma. Outro fator é que não existe uma idade em que os pets sintam mais ou menos incômodo, o que pode acontecer são comorbidades que podem tornar o quadro de estresse agudo mais grave. Por exemplo, um animal que já possua uma cardiopatia importante pode ter complicações durante um pico de estresse”, enfatiza.
A especialista aponta: uma festa só é boa quando todos se divertem. “Os fogos são perigosos não somente para os cães, mas também para outros animais que vivem ao nosso entorno, como as aves. Além de serem um grande incômodo também para pessoas com alguns tipos de necessidades especiais. Não estimule esta prática”, reforça a docente de Medicina Veterinária da Braz Cubas.
Carolina reforça, ainda, que, de modo geral, a melhor forma de ajudar os pets a se protegerem das comemorações de final do ano é prestando muita atenção no comportamento deles e se possível procurar ajuda médica enquanto há tempo.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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