Os animais das raças braquicéfalicas como Lhasa Apso, Shih tzu, Buld Francês, Buld Inglês, Pug, Pequinês, entre outras, além dos gatos da raça Persa, despontam uma popularidade crescente na nossa sociedade nos últimos anos. A médica-veterinária do Hospital Veterinário Taquaral, onde atua nos setores clinico, oncológico, odontológico e saúde oral no geral, Clarisse Moreira Teixeira, ressalta que, devido às características anatômicas desses animais, há a necessidade de adaptação da consulta com um médico-veterinário de rotina, fazendo um diagnóstico precoce dos riscos de desenvolvimento da síndrome respiratória obstrutiva peculiar a essa tipagem.
Ela explica que a síndrome respiratória do braquicefálico é uma alteração congênita na qual apresenta anquilose prematura das cartilagens epifisárias, principalmente dos ossos do crânio, ocasionando múltiplas alterações anatômicas no trato respiratório. “Como exemplo, estenose de narinas, turbinados aberrantes, prolongamento de palato, eversão de sáculos laríngeos, colapso de laringe, hipoplasia de traqueia, colapso de traqueia, colapso de brônquio e discinesia mucociliar”, elenca.
Decorrente das possíveis alterações anatômicas em vias áreas superiores, Clarisse menciona que podem ocorrer sinais respiratórios como dispneia, apneia, roncos, estertores (ruídos audíveis na expiração e inspiração), tosse, engasgos, intolerância ao exercício, cansaço e cianose (coloração azulada da pele decorrente de oxigenação insuficiente do sangue). Sinais gastrointestinais também são observados devido ao esforço respiratório, como vômitos, regurgitação e gastrite.
“O estresse respiratório provocado pela obstrução das vias aéreas superiores e o sobreaquecimento causado por uma termorregulação deficiente estão entre as circunstâncias que geram maior risco de vida. O problema tem até um papel importante na deterioração da qualidade de vida destes animais”, alerta.
O diagnóstico da síndrome respiratória obstrutiva já nos primeiros meses de vida e entre os 8 meses a 2 anos de idade aumenta, de forma relevante, a chance de sucesso na terapia, de acordo com a profissional. “Existem algumas modalidades cirúrgicas que podem ser realizadas a fim de amenizar o quadro clinico respiratório, mas vamos trabalhar com a prevenção sempre, aumentando a qualidade de vida de nossos animais”, argumenta.
Curiosidades
– A raça Pug já demonstrava sua preferência por colo desde o século 16, na Holanda, onde era apreciada e carregada pelas damas da corte;
– Na Europa Central, no século 18, os cães da raça Pug viraram moda na alta sociedade a ponto de ter pinturas com os tutores e seus animais nos braços e exemplares em miniatura de porcelana;
– No Brasil, de acordo com o Portal dos Pugs, os primeiros animais da raça chegaram na década de 1950, mas eram considerados caros e difíceis de criar. Esses cães começaram a ter fama no fim dos anos de 1990, com a estimulante aparição da cadela Inês na telenovela Por Amor;
– Viralizado na Internet, a raça Pug, de expressão fofa e engraçada, virou estampa de roupa, desenhos, memes e tumblrs;
– Assim como o Pug, o Shih Tzu tem os olhos expostos. O responsável precisa cuidar para manter os olhos do animal limpos para evitar a lágrima ácida;
– Devido ao focinho pequeno, o tutor de Shih Tzu deve zelar para que quinas de móveis não machuquem os olhos do cão, inclusive ficar alerta quanto a tocar em flores durante passeios;
– A cara “amassada” (conformação anatômica do crânio) e os olhos achatados do gato Persa encantaram o italiano Pietro Della Valle que, em 1620, o teria encontrado em uma viagem para a Pérsia, atual Irã. Decidiu levar o animal consigo para a Itália e, logo, a raça começou a se popularizar pela Europa;
– Em 1871, um gato Persa ganhou uma exposição no Palácio de Cristal, em Londres, atraindo 20 mil pessoas que foram conferir a principal atração do evento.
Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.
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