Não é incomum que os tutores de cães e gatos se vejam em dúvida sobre a quantidade de ração a ofertar para os seus pets. Esse é, inclusive, um ponto muito importante, visto que alimento demais pode predispor a obesidade e alimento de menos causar desnutrição.
A médica-veterinária pós-graduada em Nutrição de Cães e Gatos, Beatriz Gaibina Rebouças de Carvalho, explica que não existe uma “receita de bolo” e a quantia ideal deve ser definida considerando o peso, nível de atividade física, condição corporal do animal e idade.
Além disso, existem variações com relação a ração oferecida.
“Na prática o cálculo é feito a partir da quantidade de quilocalorias diárias que o pet deve ingerir, levando em consideração a energia metabolizável de cada alimento”, explica.
Ainda de acordo com ela, quanto melhor a qualidade nutricional de uma ração, menos alimento o cão ou gato precisa comer para atingir as quilocalorias necessárias por dia, pois é um alimento mais completo nutricionalmente.
Entendo o rótulo das rações
Com base no que Beatriz esclareceu, é fundamental definir a quantidade de ração para os pets de acordo com o produto escolhido. Para isso as marcas costumam incluir na embalagem uma tabela.
“Através da ajuda de um médico-veterinário é possível realizar um cálculo para definir quantas gramas do produto por dia o animal precisa comer com base em sua atividade física e peso ideal”, comenta.
Outro ponto importante é que a quantidade diária de ração deve ser adaptada caso sejam fornecidos alimentos extras, como rações úmidas e petiscos.
De acordo com a profissional, esses agrados têm quilocalorias que precisam ser contabilizadas na dieta do animal para que não ingiram uma quantidade maior do que o recomendado por dia, evitando assim sobrepeso e obesidade.
“Com relação aos petiscos, o indicado é que contemplem 10% da quantidade diária da alimentação do cão ou gato. Por exemplo, se o pet come 200 gramas de ração por dia os petiscos podem representar 20 gramas extras diariamente”, pontua.
Por outro lado, falando especificamente dos alimentos úmidos o cálculo é um pouco diferente.
“Caso os alimentos úmidos sejam fornecidos como um extra na alimentação o ideal que é representem 10% da quantidade diária da alimentação. No entanto, se a ideia é que a refeição completa seja com eles, o correto é seguir a orientação do fabricante presente no rótulo do produto”, explica.

Como deve ser a rotina alimentar dos pets?
Após definir a quantidade diária de ração dos cães e gatos é preciso se atentar também a frequência como é feita essa oferta.
Beatriz esclarece que filhotes devem ser alimentados três vezes ao dia, sendo uma pela manhã, outra à tarde e a última vez à noite. Já os adultos podem comer duas vezes ao dia.
No entanto, se atente que o valor calculado é sempre diário e deve ser dividido pela frequência e não repetido todas as vezes. Ou seja, caso o indicado seja fornecer 100 gramas ao dia e for um pet adulto, então serão 50 gramas pela manhã e 50 gramas à noite.
FAQ sobre a quantidade de ração para os pets
O que pode acontecer se oferecer a quantidade errada de ração para os cães e gatos?
Caso ao animal coma menos do que o necessário irão faltar nutrientes, causando deficiências nutricionais e má nutrição. Já se comer a mais, pode ocorrer sobrepeso, obesidade e outras comorbidades.
É verdade que a quantidade de ração varia conforme a qualidade do alimento?
Sim, alimentos super premium possuem uma qualidade nutricional mais elevada do que os classificados apenas como premium ou standard (econômicas). Isso acontece devido a composição do alimento, que nas versões super premium acabam tendo maior valor nutricional.
Como saber a quantidade de petiscos para os pets?
Não é indicado exagerar na oferta dos petiscos. A indicação é que esses alimentos representem apenas 10% da quantidade diária da alimentação.
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