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Destaques, Clínica e Nutrição

Cães e gatos precisam de manejo nutricional adequado para cada fase e condições de saúde

Por Equipe Cães&Gatos
gato comendo
Por Equipe Cães&Gatos

Cláudia Guimarães, da redação

claudia@ciasullieditores.com.br

A alimentação é um dos pilares fundamentais para a saúde e o bem-estar dos animais de companhia. É papel do médico-veterinário indicar o alimento de maior benefício a cada paciente, bem como é indispensável que o tutor siga as indicações em casa, no dia a dia com o pet. Neste Dia Mundial da Alimentação, mostramos quais as melhores maneiras de oferecer uma dieta nutritiva a cães e gatos.

O médico-veterinário, professor responsável pela Clínica-Escola de Medicina Veterinária do Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB), Bruno Alvarenga, lembra que é claro o forte vínculo afetivo entre humanos e seus pets. “Concomitantemente, tem-se observado uma preocupação maior com a assistência nutricional de qualidade e uma humanização dos animais, que nem sempre são convergentes. Estas relações levaram ao desenvolvimento de pesquisas para compreender as necessidades nutricionais dos animais, sua atração pelo alimento e como ingerem, digerem, absorvem e utilizam seus nutrientes. O que resultou no desenvolvimento de uma alimentação industrializada e não industrializada, seja convencional ou vegetariana, de qualidade”, comenta.

Segundo o profissional, cães e gatos necessitam de uma dieta que os forneça vitaminas, minerais, água e energia suficiente para metabolizar, a fim de manterem suas reações bioquímicas orgânicas, realizar atividades, preservarem sua temperatura, seu crescimento e sua saúde.

Alvarenga ainda indica que diversos fatores podem influenciar a necessidade energética de um indício, como o peso, condição corporal, nível de atividade física, estado reprodutivo, estágio da vida, condições ambientais e sua raça. “Como acontece com as fêmeas gestantes e lactantes, que possuem uma maior demanda energética para gerar e alimentar seus filhotes. E estes, por sua vez, necessitam de mais energia do que os adultos, a fim de alcançar um crescimento saudável. Já os idosos, por passarem mais tempo em repouso, têm sua demanda por energia menor que os mais jovens”, explica.

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A alimentação, de acordo com o médico-veterinário, deve atender as necessidades nutricionais com ingredientes de alta qualidade, fibras, proteínas e componentes que promovam saúde e bem-estar (Foto: Reprodução)

A melhor opção para o pet

A alimentação, de acordo com o médico-veterinário, deve atender as necessidades nutricionais com ingredientes de alta qualidade, fibras, proteínas e componentes que promovam saúde e bem-estar. “É recomendado que a dieta ofertada siga uma orientação médico veterinária, pois a forma e os alimentos disponibilizados variam entre as espécies e, por vezes, entre indivíduos de uma mesma espécie. Bem como, desde jovens, tanto cães como gatos, devem ter contato com alimentos de aromas, texturas, formas e sabores diversos, para que, ao longo da vida, se necessário, seja mais fácil a introdução de uma nova dieta, principalmente nos gatos”, aconselha.

O docente do CEUB aponta que, atualmente, há uma variedade de dietas comerciais, permitindo uma personalização dietética ao animal. “E por serem regulamentadas, podem ser testadas para determinar a adequação e segurança nutricional. Outra opção são as dietas caseiras, que podem ser customizadas, sendo uma boa opção quando não existe um produto comercial que atenda às necessidades do pet, quando este não aceita a dieta comercial ou quando o tutor tem aversão ao alimento industrializado. Porém, deve-se tomar cuidado com receitas genéricas, como as obtidas na internet, pois apresentam riscos de deficiências e desequilíbrios não sendo recomendadas”, destaca.

Vale lembrar que, quando saudáveis, os cães, que são onívoros, devem comer de duas a três vezes por dia, enquanto os gatos, que são carnívoros, podem ter a ração ofertada à vontade. “Os petiscos devem ser regulados, mas podem ser ofertados eventualmente, a fim de não interferirem na dieta principal do animal. Caso a ingestão calórica esteja acima da necessidade do indivíduo, este tende a engordar. O excesso de peso contribui para o agravamento ou aparecimento de diversas doenças pulmonares, cardíacas, hormonais, esqueléticas, urinárias, reprodutivas e dermatológicas, que podem, muitas vezes, ser evitadas com a ingestão calórica calculada especificamente para o animal”, frisa.

Manejo nutricional adequado

Alvarenga declara que, quando doentes, a prescrição nutricional é parte fundamental no tratamento do enfermo, podendo contribuir para sua piora ou melhora. “Como em casos de urolitíase, doença renal crônica e reações adversas a alimentos, que são controladas por terapias nutricionais adjuvantes”, exemplifica.

Quando internados, o veterinário diz que é comum, seja por algum mal-estar, desconforto ou estresse, os pets apresentarem um paladar mais exigente, sendo recomendado, para a maioria, a oferta de alimentos de alta palatabilidade, sejam enlatados ou confeccionados por seus tutores. “Naturalmente, dependendo da condição do paciente, são necessários cuidados e prescrições nutricionais específicas, como a alimentação assistida, seja oral ou por sondas, de alimentos de consistência que variam de líquida a sólida”, discorre.

Em relação ao período de internação, uma atenção especial é necessária com os felinos, especialmente, conforme destacado pelo profissional, pois, quando necessitam de assistência alimentar oral, podem desenvolver aversão ao alimento administrado, por conta do estresse envolvido neste processo. “Desta forma, é recomendado que, quando esta medida for necessária, se utilize um alimento diferente daquele habitualmente oferecido a ele”, sugere.

Quanto à ingestão hídrica, Alvarenga elucida que esta deve ser estimulada tanto em casa, como em ambiente hospitalar, sendo recomendada a disponibilização de água em potes ou fontes circulatórias. “Para os gatos, é proposta a disponibilização diária de alimento úmido. Pode-se, ainda, fornecer para cães e gatos picolés de frutas, carnes ou sangue, tendo-se uma atenção especial nos períodos de calor e seca”, finaliza.

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